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Campanha de Hillary cogitou fazer piadas sobre servidor de e-mail

Assessores da candidata democrata cogitaram fazer piada sobre o uso de servidores privados de e-mail, que permitiram o vazamento das mensagens

Hillary Clinton: equipe demorou para entender a seriedade da controvérsia (Jonathan Ernst/Reuters)

Hillary Clinton: equipe demorou para entender a seriedade da controvérsia (Jonathan Ernst/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de outubro de 2016 às 08h08.

Washington - E-mails hackeados da conta pessoal do chefe de campanha da candidata democrata à presidência dos Estados Unidos, Hillary Clinton, mostram que seus assessores consideraram a possibilidade de inserir piadas sobre o uso de servidor de e-mail privado em seus discursos em vários eventos - e que pelo menos uma brincadeira foi feita pela candidata.

"Eu amo isso", disse Hillary durante um jantar em Iowa em 14 de Agosto de 2015, lembrando que ela tinha aberto uma conta na rede social Snapchat, que exclui as mensagens automaticamente. "Essas mensagens desaparecem por si mesmas".

O comentário provocou risos na plateia. Cerca de um mês antes, surgiram notícias de uma investigação do FBI para saber se alguns dos e-mails que passaram pelo servidor sem segurança de Clinton continham informações sigilosas.

Em última análise, a agência criticou Clinton por ser imprudente com informações sigilosas, mas não abriu um processo.

Mas e-mails de John Podesta, chefe de campanha de Hillary, mostram que a candidata democrata e sua equipe inicialmente demoraram a entender a seriedade da controvérsia, acreditando que a polêmica acabaria depois de um fim de semana.

Não foi o que aconteceu, a acabou se tornando o exemplo mais recente de uma tendência que tem alimentado dúvidas sobre a confiabilidade de Clinton, algo que ela já reconhece como um desafio.

A brincadeira está entre os e-mails hackeados pelo WikiLeaks divulgados no início deste mês, com anos de mensagens de contas usadas por Podesta. Podesta advertiu que as mensagens podem ter sido alteradas ou editadas para infligir danos políticos, mas não apontou casos específicos.

Em uma série de e-mails de março de 2015, quando Hillary começou a ser procurada para comentar o assunto, funcionários lançaram a ideia de fazer piadas sobre os e-mails em um jantar oferecido por um comitê de ação política.

"Eu queria discutir a ideia de HRC fazendo uma piada sobre a situação do e-mail durante o jantar de hoje à noite", escreve Jennifer Palmieri, diretora de comunicações da campanha de Clinton, usando as iniciais da candidata. "O que as pessoas pensam sobre isso?".

A ideia tem uma resposta na sua maioria favorável em primeiro lugar. "Eu não a ideia louca se nós fizermos do jeito certo. Mas também pode ser louco", respondeu o porta-voz da campanha, Nick Merrill,minutos mais tarde.

"Eu acho que seria bom para ela mostrar um pouco de humor", acrescentou Kristina Schake, agora uma diretora de comunicações. "... Mais piadas são bem-vindas também".

Mas o consultor político Mandy Grunwald vetou a ideia depois de falar com Jim Margolis, um consultor de mídia para a campanha. "Nós não sabemos o que está nos e-mails, por isso estamos nervosos sobre isso", escreveu Grunwald a Merrill e Schake naquela noite. "Pode provocar muitos sorrisos hoje à noite e arrependimentos quando o conteúdo dos e-mails for divulgado".

Assessores de campanha de Hillary também consideraram piadas, também em 2015, durante a Gridiron Dinner, uma festa anual em Washington com jornalistas e políticos, com a presença do governador do estado da Virgínia, Terry McAuliffe, para tentar resolver a questão do e-mail. McAuliffe é um confidente de longa data e arrecada fundos para Hillary, e foi chefe de sua campanha presidencial de 2008.

Fonte: Associated Press

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