O extinto The News of the World foi o centro de uma polêmica ao revelar que grampeou celulares de ricos e famosos para obter informações exclusivas (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 10 de janeiro de 2012 às 07h37.
Londres - O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, terá de prestar esclarecimentos na investigação sobre a ética jornalística para explicar sua relação com o magnata da imprensa Rupert Murdoch, informa nesta terça-feira o jornal The Times.
O juiz Brian Leveson, responsável pela investigação, estabelecida por causa das escutas ilegais do extinto dominical 'The News of the World', quer convocar Cameron a declarar para que ele dê detalhes sobre seus vínculos com Murdoch e os executivos da News International, editora dessa publicação.
Segundo o jornal, Leveson está 99,9% certo de convocar o primeiro-ministro para que preste declaração sob juramento sobre suas reuniões com executivos e diretores.
O magistrado pode chamar o ex-primeiro-ministro trabalhista Gordon Brown e o atual líder trabalhista Ed Miliband, que deverão responder as perguntas na seção da investigação dedicada à relação entre a imprensa e os políticos.
'Não vejo como alguém pode avaliar a relação entre a imprensa e os políticos sem falar com os políticos importantes, inclusive o primeiro-ministro, o anterior primeiro-ministro (Brown) e o atual líder da oposição (Miliband)', justificou uma fonte próxima à investigação ao jornal 'The Times'.
Conforme a publicação britânica, Cameron pode ser convocado depois de maio.
Leveson preside a investigação, aberta no ano passado, por causa do escândalo das escutas do 'The News of the World'. O extinto dominical foi o centro de uma polêmica ao revelar que grampeou celulares de ricos e famosos para obter informações exclusivas.
Em 2006, o caso de espionagem se tornou público, mas a investigação foi fechada depois pela Polícia, embora as forças da ordem tenham reaberto o processo há um ano.
O escândalo se agravou no verão passado (no hemisfério norte) com a revelação de que celulares de familiares de vítimas de crimes, de terrorismo e de soldados caídos em combate foram grampeados.
A Scotland Yard (Polícia Metropolitana de Londres) investiga atualmente o caso dos grampos ilegais do 'The News of the World', que foi fechado em julho justamente por causa do escândalo.