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Cameron rejeita pedido de devolver as Ilhas Malvinas

Em carta, a presidente da Argentina havia pedido nesta quarta-feira que o primeiro-ministro "colocasse um fim ao colonialismo" e "devolvesse as Malvinas"


	David Cameron: o premiê disse que fará "todo o possível por proteger" o interesse dos cidadãos das Malvinas, que demonstraram "um desejo claro de serem britânicos"
 (Leon Neal/AFP)

David Cameron: o premiê disse que fará "todo o possível por proteger" o interesse dos cidadãos das Malvinas, que demonstraram "um desejo claro de serem britânicos" (Leon Neal/AFP)

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Da Redação

Publicado em 3 de janeiro de 2013 às 12h13.

Londres - O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, rejeitou nesta quinta-feira um pedido da presidente argentina, Cristina Kirchner, de devolver ao país sul-americano as ilhas Malvinas, informou um porta-voz da residência oficial de Downing Street.

Em carta dirigida ao primeiro-ministro e publicada no jornal "The Guardian", Cristina pediu que o primeiro-ministro "coloque um fim ao colonialismo" e "devolva as Malvinas".

No entanto, um porta-voz de Downing Street, escritório oficial do chefe do Governo, disse que os moradores da ilha demonstraram "um desejo claro de serem britânicos" e que o primeiro-ministro fará "todo o possível por proteger" seus interesses.

Os habitantes das ilhas do Atlântico Sul, reivindicadas pela Argentina desde 1833, participarão, em março, de um referendo sobre o estatuto político do arquipélago.

Nesse sentido, um porta-voz de Cameron pediu à Argentina que aceite o resultado desse referendo.

Antes, uma porta-voz do Ministério das Relações Exteriores em Londres tinha indicado que não haverá negociação sobre a soberania das Malvinas enquanto seus habitantes não queiram.

Os moradores das ilhas em questão "são britânicos e elegeram ter essa nacionalidade", especificou a fonte do Foreign Office.

"Eles são livres para escolher seu próprio futuro, tanto político como economicamente, e têm direito à autodeterminação como está consagrado na carta das Nações Unidas", assinalou a porta-voz.


"Este - acrescentou - é um direito fundamental de todos os povos".

A fonte ainda afirmou que "há três partes neste debate, não duas como diz a Argentina. Os moradores da ilha não podem ser apagados da história".

Na carta enviada a Cameron, Cristina ressaltou que Londres deveria cumprir com uma resolução da ONU de 1960 na qual pede aos países-membros que "escavem o colonialismo em todas suas formas".

Segundo a presidente argentina, o governo britânico deveria começar as negociações sobre a soberania das ilhas, que "foram tomadas à força" da Argentina "há exatamente 180 anos, em 3 de janeiro de 1833".

Desde o ano passado, quando foram completados 30 anos da guerra pela posse das ilhas, as relações entre os dois países atravessam por um momento muito instável sob devido à insistência de Buenos Aires de negociar a soberania das ilhas.

O conflito bélico entre Argentina e Reino Unido pela posse das ilhas do Atlântico Sul começou em 2 de abril de 1982, quando os militares argentinos ocuparam as Malvinas, e terminou em 14 de junho deste ano com a rendição argentina.

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