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Cameron quer reforçar investimentos e criar ponte com Brasil

Cameron declarou que o país é uma das economias que cresce ''mais rápido'' e com mais êxito, e destacou seu desejo de reforçar as relações econômicas


	Primeiro-ministro britânico David Cameron andando com sua comitiva pela Avenida Paulista, em São Paulo, Brasil
 (JuniorRuiz/Fiesp/Divulgação/Reuters)

Primeiro-ministro britânico David Cameron andando com sua comitiva pela Avenida Paulista, em São Paulo, Brasil (JuniorRuiz/Fiesp/Divulgação/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 27 de setembro de 2012 às 20h08.

São Paulo - O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, fez nesta quinta-feira em São Paulo um pedido para que as empresas de Reino Unido e Brasil intensifiquem os investimentos entre si, com ênfase nos setores de infraestrutura, energia e defesa, áreas que apresentam ''enormes oportunidades''.

''Se não pode contra eles, junte-se a eles'', disse o chefe do Executivo britânico ao comentar, perante uma representação empresarial dos dois países na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que o Brasil superou seu país como sexta economia mundial.

Cameron, que iniciou hoje uma visita de dois dias ao Brasil e amanhã se reunirá com a presidente Dilma Rousseff, declarou que o país ''é claramente'' uma das economias que cresce ''mais rápido'' e com mais êxito, e destacou seu desejo de reforçar as relações econômicas entre ambos.

''Acho que as oportunidades para o Reino Unido investir no Brasil são muito, muito grandes'', expressou o primeiro-ministro, que enfatizou o atual desenvolvimento energético brasileiro.

Além disso, mencionou as obras de infraestrutura que o Brasil realizará nos próximos anos e ofereceu a ''experiência'' britânica nesse âmbito.

O primeiro-ministro quis ressaltar que seu país é um dos maiores fabricantes de equipamentos de defesa do mundo e manifestou sua esperança de estreitar a cooperação com as Forças Armadas e a Marinha brasileiras, segundo fontes da Fiesp.

Para Cameron, campos como educação, tecnologia, ciência e setor farmacêutico, no qual o Reino Unido é ''tradicionalmente muito forte'', são outras áreas nas quais os países têm oportunidades de progredir.


Porém, o primeiro-ministro também convidou os empresários daqui a fazer o caminho inverso e considerou que o momento atual é oportuno para que o investimento brasileiro cruze o Atlântico.

Cameron se referiu à abertura da economia do Reino Unido, país que qualificou como ''amistoso'' no ambiente empresarial, e ressaltou que em seu país é ''fácil'' investir, contratar e abrir negócios.

Destacou que o Reino Unido se encontra entre os principais países manufatureiros do mundo e sua pertinência à União Europeia (UE), condição que lhe dá acesso ao ''maior mercado único'' do mundo.

Em discurso rápido, Cameron quis ilustrar os pontos de conexão entre os países com a ''metáfora'' do futebol, esporte criado no Reino Unido que foi ''aperfeiçoado pelo Brasil''.

Antes de seu discurso, David Cameron se reuniu com o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, que declarou que a troca comercial entre os países é muito reduzida e pediu a ampliação das compras e vendas bilaterais.

Além disso, Skaf se mostrou favorável ao investimento brasileiro no Reino Unido e salientou que os contextos de crise também apresentam oportunidades.

Entre 2007 e 2011 a troca comercial entre Brasil e Reino Unido alcançou os US$ 8,6 bilhões, número que representa um aumento de 63,2%, segundo dados oficiais.

As exportações brasileiras ao Reino Unido alcançaram os US$ 2,9 bilhões nos oito primeiros meses deste ano, período no qual as vendas britânicas ao Brasil totalizaram US$ 2,3 bilhões.

Cameron, que nesta manhã visitou uma fábrica no município de Sorocaba, viaja ainda hoje para o Rio de Janeiro antes de embarcar para Brasília, onde amanhã se encontrará com Dilma.

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