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Cameron pede união após assassinato de soldado

A declaração foi feita após o registro de ataques contra duas mesquitas na Inglaterra e uma manifestação de um grupo de extrema direita


	Homenagem ao soldado britânico assassinado por supostos islamitas: os dois suspeitos foram presos
 (Justin Tallis/AFP)

Homenagem ao soldado britânico assassinado por supostos islamitas: os dois suspeitos foram presos (Justin Tallis/AFP)

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Da Redação

Publicado em 23 de maio de 2013 às 12h59.

Londres - O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, pediu nesta quinta-feira que a população tenha calma e mantenha a coesão social depois do assassinato ontem em Londres de um soldado pelas mãos de dois supostos radicias islâmicos, que já foram detidos.

Em declaração na Downing Street depois de se reunir com os serviços de segurança, o chefe do Governo ressaltou que o crime, perpetrado segundo os atacantes em nome de Alá, é uma "traição ao Islã" e disse que "a melhor maneira de combater o terrorismo é manter a normalidade".

Cameron se esforça para manter um sentimento de união nacional, quando já foram registrados ataques contra duas mesquitas na Inglaterra e uma manifestação de um grupo de extrema direita English Defense League (EDL) contra os muçulmanos.

"Os responsáveis pelos ataques querem nos dividir. Mas eles devem saber que algo assim só nos unirá e nos fortalecerá", insistiu o primeiro-ministro, que lembrou que as organizações islâmicas condenaram o assassinato.

Dois homens, que segundo os meios de comunicação são britânicos de origem nigeriana, foram detidos pelo assassinato a facadas de um soldado no bairro de Woolwich.

Os dois suspeitos, que ficaram feridos por disparos da polícia, estão hospitalizados sob custódia -um deles está em estado grave- enquanto prosseguem as investigações.

Cerca de 1.200 policiais adicionais patrulham as ruas de Londres, apesar do Reino Unido não ter elevado seu nível de alerta terrorista, embora tenha aumentado a segurança nos quartéis militares.

Segundo Cameron, os supostos assassinos eram conhecidos pelos serviços de segurança, já que já tinham sido fichados, embora sem a suspeita de que fossem perpetrar um ataque.


A emissora pública "BBC" identificou um dos agressores como Michael Adebolajo, de 28 anos e criado como cristão, enquanto a Polícia Metropolitana de Londres (MET ou Scotland Yard) não confirmou detalhes da investigação.

Suspeita-se que ambos os detidos poderiam ter se convertido ao Islamismo, mas sem conexões com o grupo islâmico radical nigeriano Boko Haram.

Em um vídeo gravado por um transeunte - o fato ocorreu diante de várias testemunhas - e trasmitido pelo canal "ITV", é possível ver um dos suspeitos falando sem se esconder das câmeras, mostrando em suas mãos ensanguentadas um facão e uma faca.

O homem, de raça negra, grita que "a única razão para fazer isto é porque há muçulmanos morrendo a cada dia" e que "este soldado britânico é o olho pelo olho e o dente por dente".

As autoridades confirmaram o registro de dois domicílios com relação com o fato: um no condado de Lincoln (centro da Inglaterra) e outro em um bloco de casas de proteção oficial no bairro londrino de Greenwich, próximo ao local.

O soldado assassinado, que não foi identificado a pedido de sua família, pertencia aos batalhões de Woolwich, que a rainha Elizabeth II tinha previsto visitar na próxima semana, um ato que não foi cancelado.

Ainda com a memória fresca dos atentados terroristas de 7 de julho de 2005 em Londres e as posteriores tensões contra os muçulmanos, o Governo e a polícia se esforçam para manter a paz social enquanto são revelados os detalhes do fato, com a esperança de que seja um fato isolado.

Cameron ressaltou hoje que o ataque, que qualificou de "profundamente perturbador" e "doentio", foi "só e puramente" responsabilidade dos autores, em uma clara tentativa de proteger a comunidade muçulmana de possíveis represálias.

Todas as organizações muçulmanas condenaram com firmeza o ataque, que o Conselho Muçulmano do Reino Unido qualificou de "ato bárbaro, sem nenhuma base com o Islã".

O primeiro-ministro, que presidiu de manhã uma reunião do comitê de emergências Cobra, prometeu oferecer mais respostas aos cidadãos, que perguntam sobre os motivos do assassinato. 

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