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Cameron faz apelo a Parlamento por apoio a ataque contra EI

Os atentados do Estado Islâmico que mataram 130 pessoas em Paris no dia 13 de novembro deram ímpeto à pressão de Cameron por ataques aéreos


	O premiê britânico David Cameron: "a ameaça é muito real"
 (Simon Dawson/Bloomberg)

O premiê britânico David Cameron: "a ameaça é muito real" (Simon Dawson/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 2 de dezembro de 2015 às 10h25.

Londres - O primeiro-ministro britânico, David Cameron, fez um apelo ao Parlamento para apoiar ataques aéreos contra militantes do Estado Islâmico na Síria depois de meses de discussões para saber se legisladores suficientes do Partido Trabalhista, de oposição, respaldariam a ação militar.

"A ameaça é muito real", disse o premiê no início de um debate de 10 horas que deve culminar em uma votação perto das 19h (horário de Brasília).

"A questão é esta: trabalhamos com nossos aliados para degradar e destruir esta ameaça e vamos atrás destes terroristas em sua terra natal, de onde tramam matar britânicos, ou ficamos sentados esperando por eles?", acrescentou.

Mas Cameron pode se deparar com um endurecimento dos trabalhistas depois de reportagens segundo as quais ele, em uma reunião particular no final da terça-feira, teria instado os parlamentares do seu Partido Conservador a não votarem com o líder trabalhista, Jeremy Corbyn, e com "um bando de simpatizantes dos terroristas".

"Esta é uma calúnia desprezível e desesperada que diminui seu cargo", afirmou o porta-voz de Corbyn, exigindo uma desculpa de Cameron. A porta-voz de Downing Street, a residência oficial do premiê, não emitiu nenhum comentário oficial.

Em mais um sinal de que os ânimos estão exaltados, legisladores trabalhistas que apóiam uma ofensiva aérea se tornaram alvo de comentários agressivos de socialistas da esquerda radical nas redes sociais.

Cameron já declarou acreditar que os aviões militares britânicos, que vêm bombardeando posições do Estado Islâmico no Iraque há mais de um ano, também deveriam estar alvejando o grupo na Síria, ao invés de "terceirizar" a segurança nacional para outros países.

Os atentados do Estado Islâmico que mataram 130 pessoas em Paris no dia 13 de novembro deram ímpeto à pressão de Cameron por ataques aéreos, mas críticos vêm questionando se a ação irá colaborar significativamente com os esforços internacionais para deter a facção radial.

Ansioso para evitar uma repetição da derrota parlamentar humilhante de 2013, quando planejou bombardear as forças do presidente sírio, Bashar al-Assad, Cameron deixou claro que não irá propor uma votação na legislatura se não acreditar que pode vencê-la.

Isso se tornou mais provável depois que Corbyn, que há tempos se manifesta contra a guerra e para quem a ação aérea seria ineficaz e mataria civis, disse na segunda-feira que permitirá que seus legisladores votem de acordo com suas consciências, sem exigir que sigam sua orientação.

Reportagens anteriores à suposta reunião secreta de Cameron afirmaram que cerca de 50 trabalhistas devem apoiar sua proposta quando ela for votada.

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