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Cameron diz a UE para não forçar união política

O primeiro-ministro britânico disse que aspira a reformar a União Europeia "a partir de dentro" para o benefício de todo o bloco


	David Cameron: o primeiro-ministro britânico disse que pretende realizar o referendo sobre a participação do Reino Unido na UE até 2017 caso seja reeleito
 (REUTERS / Denis Balibouse)

David Cameron: o primeiro-ministro britânico disse que pretende realizar o referendo sobre a participação do Reino Unido na UE até 2017 caso seja reeleito (REUTERS / Denis Balibouse)

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Da Redação

Publicado em 24 de janeiro de 2013 às 16h42.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse aos líderes europeus nesta quinta-feira que qualquer tentativa de forçar os países a uma união política cada vez mais profunda era um erro da qual a Inglaterra não faria parte.

Os comentários de Cameron no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, vieram um dia depois que ele prometeu aos britânicos uma votação sobre a saída da União Europeia, dizendo que o país iria realizar um referendo sobre sua participação até o final de 2017 se ele vencer a próxima eleição.

Suas palavras estavam entre as mais combativas para uma audiência internacional sobre a direção futura da UE, mas também foram destinadas a tranquilizar os membros do bloco e os investidores de que a Grã-Bretanha não tinha nenhuma intenção de virar as costas para a UE, apesar do referendo planejado e da incerteza que isso gerou.

"Os países da Europa têm suas histórias, suas tradições, suas instituições, querem a sua própria soberania, sua capacidade de fazer suas próprias escolhas, e tentar encaixar os países em uma união política centralizada seria um grande erro para a Europa, e a Grã-Bretanha não iria ser parte disso", disse ele em um discurso.

A Grã-Bretanha queria reformar a UE a partir de dentro para o seu próprio benefício e para o benefício dos outros 26 membros do bloco, afirmou Cameron, acrescentando que acredita que a UE tinha de se reorientar.

"A Grã-Bretanha é uma importante participante europeia em todas as questões em que a Europa precisa agir -- ser mais competitiva, lutar contra o terrorismo, combater as alterações climáticas -- estamos lá liderando os debates, criando os debates." "E esse é o tipo de ação política que precisamos. Mas uma união política centralizada? Não para mim, não para a Grã-Bretanha." Enquanto a zona do euro enfrenta sua crise da dívida e avalia uma integração mais próxima, Cameron quer que a Grã-Bretanha repatrie certos poderes.


Na Grã-Bretanha, os eleitores e os meios de comunicação estavam digerindo o que muitos comentaristas afirmam ter sido um discurso histórico de Cameron no dia anterior.

O tablóide The Sun trouxe comentários da chanceler alemã, Angela Merkel, que disse após o discurso dele que ela estava pronta para discutir as ideias para a UE de Cameron, sugerindo que foi uma importante vitória para o primeiro-ministro britânico.

A manchete do jornal trazia um trocadilho com o sobrenome da política alemã. O tablóide também publicou uma pesquisa da YouGov que mostrou que 63 por cento dos britânicos apoiam a ideia de referendo de Cameron e sua própria pesquisa online em que 68 por cento dos entrevistados disseram acreditar que a Grã-Bretanha deve sair da UE.

O Daily Mail também deu a Cameron cobertura favorável, com uma manchete que simplesmente declarou: "Isso aí, primeiro-ministro! (Agora vá em frente e termine o trabalho, Sr. Cameron)!".

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