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Cameron aprova aumento de presença militar nas Malvinas

A decisão foi tomada no momento em que aumentou a tensão entre o Reino Unido e a Argentina pela soberania das ilhas

Em 2012 vai completar 30 anos da guerra entre os dois países pela posse das Malvinas, que terminou em 14 de junho de 1982 com a rendição da Argentina (Ken Griffiths/Wikimedia Commons)

Em 2012 vai completar 30 anos da guerra entre os dois países pela posse das Malvinas, que terminou em 14 de junho de 1982 com a rendição da Argentina (Ken Griffiths/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 19 de janeiro de 2012 às 07h21.

Londres - O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, aprovou um plano de contingência para ampliar a presença militar nas ilhas Malvinas por causa do aumento da tensão entre o Reino Unido e a Argentina pela soberania das ilhas, informou nesta quinta-feira o jornal britânico 'The Times'.

Como revelou a publicação, Cameron dedicou um dia para avaliar com sua cúpula militar a retórica cada vez mais agressiva do governo argentino liderado por Cristina Kirchner.

Na quarta-feira, o chefe do governo detalhou no Parlamento que havia convocado o Conselho Nacional de Segurança para abordar o tema e acusou a Argentina de 'colonialismo' por reivindicar a soberania das ilhas, retórica que se repete desde 1833.

O Reino Unido tem planos de enviar em breve novo efetivo à região através da Ilha da Ascensão, no Oceano Atlântico, que pertence ao Reino Unido, acrescentou 'The Times'.

'Estamos traçando uma estratégia de contingência. Temos certeza de que a mesma está correta', disse uma fonte de defesa ao jornal.

Segundo 'The Times' - que dedicou toda sua capa ao conflito com a chamada 'Novo alerta nas Malvinas' -, o Governo de Cameron considerou que as ilhas estão agora melhor protegidas do que em 1982, quando a Junta militar argentina decidiu ocupá-las em 2 de abril, em uma ação que provocou uma guerra entre os dois países.

As ilhas dispõem de quatro aviões Typhoon em Mount Pleasant, base aérea que tem um radar, e sempre há uma fragata ou um destróier patrulhando a região, informou o jornal, que acrescentou que o Ministério de Defesa britânico não revelou onde estão os submarinos nucleares.

Em uma surpreendente declaração parlamentar, Cameron disse ontem que convocou o Conselho Nacional de Segurança e que a Argentina não devia subestimar sua determinação em defender os habitantes das ilhas.

'O que os argentinos disseram recentemente é muito mais colonialismo, porque os moradores (da ilha) querem continuar sendo britânicos e os argentinos querem que eles façam outra coisa', afirmou Cameron no Parlamento.

Em resposta a esta afirmação, o Governo argentino contra-atacou. 'São absolutamente ofensivas, principalmente se tratando do Reino Unido. A história mostra claramente qual foi sua atitude frente ao mundo', declarou o ministro do Interior argentino, Florencio Randazzo.

Há 11 dias, o premiê indicou que descartava uma negociação com a Argentina sobre a soberania das ilhas e sustentou que seu país deve manter a 'vigilância', em clara referência à decisão de vários países latino-americanos de bloquear o acesso aos portos de navios com bandeira das Malvinas.

Em uma cúpula em dezembro em Montevidéu, os países que compõe o Mercosul - Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai - concordaram em bloquear o acesso de navios com bandeira das Malvinas aos seus portos.

Em 2012 vai completar 30 anos da guerra entre os dois países pela posse das Malvinas, que terminou em 14 de junho de 1982 com a rendição da Argentina. No conflito bélico morreram 255 militares britânicos e mais de 650 argentinos.

Em fevereiro, o príncipe William, segundo na linha de sucessão à coroa britânica, viajará às Malvinas para participar de treinamentos como piloto de helicóptero de resgate. Sobre essa viagem, o Governo britânico especificou que a presença do príncipe nas ilhas pouco antes de completar 30 anos do conflito armado é pura coincidência. 

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