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Cameron alerta para década perdida se Reino Unido sair da UE

O primeiro-ministro britânico pediu para que as pessoas votem pela estadia do Reino Unido na União Europeia


	David Cameron: "Não humilharás seu país estando dentro da UE, pelo contrário, o fortalecerás"
 (Simon Dawson/Bloomberg)

David Cameron: "Não humilharás seu país estando dentro da UE, pelo contrário, o fortalecerás" (Simon Dawson/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 12 de junho de 2016 às 13h02.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, advertiu neste domingo que seu país sofrerá uma "década perdida" se votar por sair da União Europeia no referendo do próximo 23 de junho.

A menos de duas semanas da consulta, as últimas pesquisas dão vantagem aos partidários de abandonar o bloco.

Em uma nova aparição na TV como parte de sua campanha a favor da permanência na UE, Cameron declarou neste domingo à BBC que o país enfrentará "uma década perdida" se abandonar a União Europeia.

"Terá que se negociar a saída", e "terá que ser negociado um acordo comercial com a UE", o que "absorveria a energia de nosso governo e de nosso país", declarou o líder conservador. Por isso, "acredito que enfrentaríamos uma década de incertezas", insistiu.

Por sua parte, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, falou em sete anos sobre o tempo necessário para se concretizar uma saída do Reino Unido da UE se os britânicos votarem a favor do Brexit.

Cameron voltou a pedir aos cidadãos que votem pela permanência. "Não humilharás seu país estando dentro da UE, pelo contrário, o fortalecerás".

Nigel Farage, líder do partido populista Ukip, favorável a uma saída da UE, disse, entretanto, que há que se divorciar de "um projeto que fracassou".

"As pessoas estão fartas das ameaças do primeiro-ministro e do ministro das Finanças" sobre os perigos econômicos de sair da União, disse Farage no mesmo programa político da BBC.

Segundo ele, o Reino Unido estaria muito bem fora do bloco, e a preocupação número um dos cidadãos é o fluxo migratório procedente da UE, permitido pela livre circulação de pessoas dentro da mesma.

Segundo um artigo do Sunday Times, que cita documentos diplomáticos, as autoridades britânicas estariam dispostas a permitir a chegada ao país de 1,5 milhão de cidadãos turcos sem visto.

A afirmação foi desmentida pela ministra do Interior, Theresa May, e pelo ministro das Relações Exteriores, Philip Hammond, em um comunicado conjunto. "É completamente falsa", afirmaram.

Nesta linha, Cameron disse neste domingo à BBC que "não há perspectiva de que a Turquia se una à UE em décadas. Neste ritmo, entrarão (na União) ao ano 3.000", completou o primeiro-ministro.

Vantagem do Brexit em pesquisas

O Sunday Times publicou uma nova pesquisa, realizada pelo instituto YouGov, que dá aos partidários da saída 43% em intenções de voto, um ponto a mais do que os partidários da permanência na UE. Um total de 11% dizem estar indecisos, e 4% preveem abstenção.

No sábado, outra pesquisa, do instituto ORB, deu aos partidários do Brexit uma vantagem de dez pontos, excluindo os indecisos.

"Ninguém sabe o que significam estas pesquisas", comentou neste domingo Cameron, que mantém seu otimismo envolvendo o resultado do referendo.

Nigel Farage estimou, por sua parte, que o publico deu a volta a favor do Brexit nos últimos quinze dias.

Os pró-Brexit obtiveram, neste domingo, o apoio de Julian Assange, fundador do Wikileaks, refugiado na embaixada do Equador em Londres há mais de três anos.

Em entrevista à rede ITV, Assange se declarou "bastante favorável" ao Brexit, acusando o governo britânico de usar a UE como "cobertura política" por trás da qual se refugia para se redimir de suas ações.

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