Rebekah Brooks é ex-mão direita de Rupert Murdoch, magnata de imprensa envolvido no escândalo de escutas telefônicas no Reino Unido (Peter Macdiarmid/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 2 de março de 2012 às 12h22.
Londres - Após ter negado este mesmo fato na última quinta-feira, o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, admitiu nesta sexta-feira que realmente montou no cavalo que a Polícia emprestou para Rebekah Brooks, ex-mão direita de Rupert Murdoch no Reino Unido.
Em declarações à imprensa em Bruxelas, onde foi assinado nesta sexta-feira o novo pacto fiscal da União Europeia (UE), que, por sua vez, não conta com a aprovação do Reino Unido, Cameron reconheceu que cavalgou com a égua Raisa durante seus passeios com o marido de Brooks, Charlie Brooks, um amigo de infância.
O chefe do Governo lamentou ter permitido que surgisse 'uma imagem turva' de sua conexão com o animal, já que o mesmo fato que foi confirmado nesta sexta-feira foi negado no dia anterior. No entanto, Cameron fez questão de ressaltar que fez essa montaria antes de se tornar primeiro-ministro.
'Não montei com ele (Brooks) desde as eleições. Anteriormente, eu saí para cavalgar com ele. Ele tem vários cavalos e um deles era este antigo cavalo da Polícia, Raisa, que montei', declarou.
Apesar de ter saído para cavalgar muitas vezes com seu amigo, que conheceu no exclusivo colégio Eton, Cameron afirmou na última quinta-feira que nunca havia montando nessa égua em questão.
Na última terça-feira, a Scotland Yard confirmou que entre 2008 e 2010 emprestou um cavalo que ia ser afastado para Rebekah Brooks, ex-diretora do extinto jornal 'News of the World', o que gerou uma grande polêmica pela estreita relação entre jornalistas e policiais.
Como amigo pessoal, Cameron visitou em inúmeras ocasiões o sítio do casal no condado de Oxfordshire, no sudeste da Inglaterra, onde ficam seus estábulos.
Rebekah, junto com outros funcionários do 'News of the World', foi detida e está em liberdade condicional por sua relação com o caso das escutas telefônicas ilegais praticadas pelo jornal para obter notícias exclusivas.
A Polícia e uma comissão formada pelo Governo, presidida pelo juiz Brian Leveson, averiguam esses grampos telefônicos e também os possíveis subornos de funcionários públicos, como os policiais, por parte dos jornalistas para obter informação privilegiada.
Nas últimas semanas, 11 empregados do 'The Sun', também do grupo de Rupert Murdoch, foram detidos por possíveis pagamentos a autoridades. Rebekah Brooks dirigiu esse mesmo jornal entre 2003 e 2009.
Até ser demitida por sua relação com o caso das escutas telefônicas, em julho de 2011, Rebekah era executiva-chefe da News International, a filial europeia do império Murdoch e editora dos jornais britânicos.