Mundo

Câmara aprova lei fiscal e envia para sanção de Obama

Após o Senado, Casa aprovou lei que evita um calote prejudicial da dívida do governo e reabre as agências federais

Capitólio, sede do Congresso dos EUA, é visto através de uma corrente, em Washington (Kevin Lamarque/Reuters)

Capitólio, sede do Congresso dos EUA, é visto através de uma corrente, em Washington (Kevin Lamarque/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de outubro de 2013 às 23h49.

Washington - O Congresso dos Estados Unidos aprovou na noite desta quarta-feira um acordo de última hora para acabar com a crise política que paralisou parcialmente o governo federal e levou a maior economia do mundo à beira de um calote da dívida que poderia ter provocado uma calamidade financeira global.

Encerrando semanas de debates políticos que deixaram os mercados globais agitados, o Senado e a Câmara dos Deputados aprovaram a medida depois que os republicanos desistiram dos esforços de vincular a legislação de gastos às mudanças na lei de saúde do presidente dos EUA, Barack Obama.

Obama prometeu sancionar a lei e dar início à reabertura do governo "imediatamente".

O acordo atingido nesta quarta-feira, no entanto, oferece apenas uma solução temporária e não resolve as questões fundamentais de gastos e déficits que dividem republicanos e democratas.

O acordo emergencial financia o governo até 15 de janeiro e eleva o teto da dívida até 7 de fevereiro, quando os norte-americanos correm o risco de enfrentar outra paralisação do governo.

O mercado acionário dos EUA subiu, quase atingindo o patamar mais alto de todos os tempos, com a notícia do acordo.

Falando depois de o Senado encerrar o impasse fiscal, mas antes de a Câmara apreciar a medida, Obama disse que, com a aprovação final do Congresso, "podemos começar a levantar esta nuvem de incerteza e inquietação das nossas empresas e do povo norte-americano".

"Espero que da próxima vez (a solução) não seja encontrada no último momento", disse.

O impasse entre republicanos e a Casa Branca sobre o financiamento do governo forçou a suspensão temporária do pagamento de centenas de milhares de trabalhadores federais a partir de 1 de outubro e gerou preocupação de que a crise política seria o "novo normal" em Washington.

O senador John McCain, cujos colegas republicanos desencadearam a crise com a exigência de que a lei de saúde sancionada por Obama, conhecida como "Obamacare", deixasse de receber fundos, disse nesta quarta-feira que o acordo marcou o "fim de uma odisseia angustiante" para os norte-americanos.

"É um dos capítulos mais vergonhosos que já vi nos anos que passei no Senado", disse McCain, que havia alertado repetidamente aos republicanos para não vincular suas demandas de mudanças no Obamacare ao projeto de lei sobre o limite da dívida ou gastos do governo.

O Senado, controlado pelos democratas, aprovou a medida por 81 votos a favor e 18 contra, e a Câmara, liderada pelos republicanos, seguiu o exemplo e aprovou a lei por 285 votos a favor e 144 contra, abrindo caminho para Obama sancioná-la o mais tardar na quinta-feira, quando o Tesouro diz que irá atingir o teto da dívida de 16,7 trilhões de dólares.

Reabrir o governo totalmente deve levar vários dias. Enquanto as funções essenciais, como defesa e controle de tráfego aéreo, foram mantidas, parques e agências nacionais, como a Agência de Proteção Ambiental, fecharam.

Atualizado às 23h49min.

Acompanhe tudo sobre:Dívida públicaEstados Unidos (EUA)Países ricosPolítica

Mais de Mundo

Guerra na Ucrânia chega aos mil dias à espera de Trump e sob ameaça nuclear de Putin

Eleição no Uruguai: disputa pela Presidência neste domingo deverá ser decidida voto a voto

Eleições no Uruguai: candidato do atual presidente disputa com escolhido de Mujica

Putin sanciona lei que anula dívidas de quem assinar contrato com o Exército