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Câmara dos EUA aprova acordo comercial substituto do Nafta

O novo acordo USMCA, entre Estados Unidos, México e Canadá, foi aprovado com facilidade na Câmara. O texto agora segue para o Senado

Enrique Peña Nieto, ex-presidente do México, Donald Trump, dos Estados Unidos, e Justin Trudeau, do Canadá, em encontro em 2018: o novo acordo muda as regras para o comércio de veículos (Kevin Lamarque/Reuters)

Enrique Peña Nieto, ex-presidente do México, Donald Trump, dos Estados Unidos, e Justin Trudeau, do Canadá, em encontro em 2018: o novo acordo muda as regras para o comércio de veículos (Kevin Lamarque/Reuters)

FS

Filipe Serrano

Publicado em 19 de dezembro de 2019 às 20h07.

Última atualização em 19 de dezembro de 2019 às 20h07.

SÃO PAULO - A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou nesta quinta-feira, 19, o texto do novo acordo comercial entre os Estados Unidos, o Canadá e México que substitui o Nafta, o Acordo de Livre Comércio da América do Norte.

O texto foi aprovado com facilidade, com 385 votos a favor e 41 contra, recebendo o apoio tanto de deputados democratas quanto de republicanos. A proposta agora segue para o Senado, que deve votar o novo acordo em 2020. Se aprovado, o texto ainda precisa ser assinado pelo presidente Donald Trump para que seja ratificado pelos Estados Unidos. Para entrar plenamente em vigor, entretanto, o novo acordo comercial ainda precisa passar pelo Parlamento do Canadá. O México já ratificou o novo acordo em junho.

Conhecido como USMCA (sigla para Estados Unidos, México e Canadá em inglês), o novo acordo comercial entre os três países foi assinado em 2018 depois de o presidente Trump ameaçar retirar os Estados Unidos do tratado. O presidente acusava o acordo de ser muito desfavorável para os Estados Unidos. Suas críticas ao acordo eram uma das suas principais bandeiras na campanha eleitoral de 2016.

Após um ano e meio de negociação, os três países concordaram em fazer uma revisão do Nafta. As novas regras afetam principalmente a indústria automotiva. Para um veículo não ser taxado com o imposto de importação, por exemplo, 75% das suas peças e acessórios terão de ser produzidos em um dos três países. Antes, o mínimo percentual exigido (conhecido como regra de origem) era de 62,5%.

Outra mudança é a exigência de que entre 40% e 45% das peças dos automóveis sejam produzidas em fábricas em que os trabalhadores têm salários de, pelo menos, 16 dólares por hora -- um nível que está acima dos salários do México. É uma tentativa de transferir parte da produção de veículos para os Estados Unidos.

Além disso, o texto do novo acordo também estabelece que o USMCA seja revisto periodicamente. Ele também exige que os demais países do acordo sejam consultados caso um dos seus membros assine um acordo comercial com uma nação que não siga um sistema de livre mercado -- o que é uma clara tentativa de evitar que o Canadá e o México assinem comerciais com a China.

A área de livre comércio entre os Estados Unidos, o Canadá e o México é uma das maiores e mais importantes do mundo. Desde que o Nafta entrou em vigor, o comércio de mercadorias entre os três países subiu de 293 bilhões de dólares, em 1993, para mais de 1,1 trilhão de dólares, em 2016.

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