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Câmara da Líbia se reúne para decidir sobre novo governo

O mandato do órgão termina em 20 de outubro, mas a câmara decidiu prolongá-lo de forma unilateral semanas atrás


	Prostesto na Líbia contra a indicação de governo pela ONU: vários dos deputados mais destacados estão decididos a apoiar o gabinete apresentado pelo enviado da ONU para o conflito na Líbia
 (Reuters / Esam Omran Al-Fetori)

Prostesto na Líbia contra a indicação de governo pela ONU: vários dos deputados mais destacados estão decididos a apoiar o gabinete apresentado pelo enviado da ONU para o conflito na Líbia (Reuters / Esam Omran Al-Fetori)

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Da Redação

Publicado em 19 de outubro de 2015 às 10h59.

Trípoli - O parlamento de Tobruk, governo líbio reconhecido pela comunidade internacional, deve se reunir nesta segunda-feira para aceitar ou rejeitar o governo de união nacional proposto há duas semanas pela ONU, um dia antes de concluir oficialmente a legitimidade conseguida nas urnas.

O mandato do órgão termina em 20 de outubro, mas a câmara decidiu prolongá-lo de forma unilateral semanas atrás em um movimento que foi criticado com dureza pelo governo rival em Trípoli e sobre o qual ainda não há um veredito contundente da comunidade internacional.

Nesse ambiente, os deputados de Tobruk estão convocados para uma sessão na qual os favoráveis ao governo de união nacional proposto pela ONU devem vencer as reservas dos que se opõem a sua composição por considerá-la uma nova ingerência exterior.

Segundo informa hoje o jornal digital "Libya Herald", vários dos deputados mais destacados, como o porta-voz da câmara, Faraj Buhashim, estão decididos a apoiar o gabinete apresentado pelo enviado da ONU para o conflito na Líbia, Bernardino León.

"Eles disseram que aceitarão a liderança proposta por León, mas que não aceitarão sob condição alguma a cessação do general Khalifa Hafter", chefe das milícias afins a Tobruk, explicou a publicação.

"Também indicaram que só o acordo de diálogo iniciado em 11 de julho é aceitável", acrescenta o jornal, uma declaração que despreza as emendas exigidas por Trípoli nos meses seguintes e que o próprio León pediu em setembro que Tobruk aceitasse para desbloquear a negociação.

Hafter, um general de 72 anos que em 1969 ajudou Muammar Kadafi a derrubar a monarquia de Idriss I, é considerado o principal empecilho para o êxito do acordo de paz que mediado pela ONU.

Visto como um dos principais opositores de Kadafi no exílio na década de 1980, Hafter retornou ao país em 2011 com a ajuda dos EUA e Egito e fez um lobby entre os rebeldes até assumir o comando do Exército Nacional Líbio no ano passado.

Há um ano e meio, lançou a chamada "Operação Dignidade" para tentar tomar o controle da cidade de Benghazi, a segunda mais importante do país.

Hafter renovou seu compromisso com o governo de Tobruk ontem, mas insistiu que não apoiará acordos políticos que "apoiem o terrorismo na Líbia".

Segundo o jornal "Lybia Herald", o general avisou que "suas mãos não ficarão atadas se o parlamento de Tobruk for longe demais, sob ordens do Ocidente e a pressão exterior sobre seu presidente e outros membros".

"Na realidade, é um acordo parcial a favor dos que apoiam o terrorismo na Líbia. Não descansaremos até que a segurança de nosso ferido país tenha sido restabelecida", afirmou o general.

O jornal acrescentou que Hafter revelou que "países como a Rússia e outras nações amigas prometeram colaboração na luta contra o terrorismo e na criação de um exército nacional que seja capaz de fazer frente aos desafios e ameaças que a Líbia enfrenta".

Na semana passada, o presidente da Aliança de Forças Nacionais, Mahmoud Yabril, membro do parlamento de Trípoli, já recomendou não se unir ao governo transitório de unidade proposto por León.

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