Irã: autoridades acreditam que uma pane técnica pode ter causado o acidente (Nazanin Tabatabaee/WANA/Reuters)
AFP
Publicado em 8 de janeiro de 2020 às 09h56.
Última atualização em 8 de janeiro de 2020 às 10h02.
As equipes iranianas de busca e resgate encontraram as caixas-pretas do avião ucraniano que caiu nesta quarta-feira (8) logo após decolar de Teerã, matando 176 pessoas a bordo - relatou a Organização da Aviação Civil do Irã.
"As duas caixas-pretas do Boeing 737 ucraniano que caiu esta manhã foram encontradas", disse o porta-voz do órgão, Reza Jafarzadeh, segundo a agência de notícias Isna.
O avião, um Boeing 737 da Ukraine International Airlines com destino a Kiev, caiu sobre terras agrícolas em Khalaj Abad, no distrito de Shahriar, cerca de 45 quilômetros a noroeste do aeroporto internacional Imã Khomeini de Teerã, de acordo com a imprensa estatal.
A Ukraine International Airlines disse que a aeronave foi fabricada em 2016 e passou pela última vistoria técnica há dois dias. Ela não deu detalhes dos motivos do acidente.
Declarações preliminares das autoridades iranianas sugeriram uma pane técnica. Nessa mesma direção, a embaixada da Ucrânia no Irã culpou "uma falha no motor, devido a razões técnicas", dizendo excluir "a tese de um ataque terrorista". Na sequência, esse trecho foi retirado de seu comunicado à imprensa.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, advertiu para o risco de qualquer "especulação" e disse que confiou ao procurador-geral da Ucrânia a abertura de um processo para investigar o desastre.
A Organização da Aviação Civil do Irã anunciou que não entregará aos Estados Unidos as caixas-pretas do Boeing 737 que caiu hoje.
"Não daremos as caixas-pretas para o fabricante [Boeing], nem para os americanos", afirmou o diretor dessa agência iraniana, Ali Abedzadeh, citado pela agência de notícias Mehr.
O acidente ocorreu logo após Teerã disparar 22 mísseis contra bases usadas pelo Exército dos Estados Unidos no Iraque, em resposta ao assassinato por parte de Washington do poderoso general iraniano Qassem Soleimani, na sexta-feira passada (3), em Bagdá.
Após este ataque, a Agência Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA) proibiu, na terça-feira à noite (7), os aviões civis americanos de sobrevoarem o Iraque, o Irã e o Golfo.
O voo PS752 da Ukraine International Airlines (UIA) decolou às 6h10 (23h40 no horário de Brasília) do aeroporto Imã Khomeini de Teerã rumo ao aeroporto Boryspyl de Kiev. Caiu pouco tempo depois.
Segundo a diplomacia ucraniana, a bordo do Boeing seguiam 82 iranianos, 63 canadenses, dez suecos, quatro afegãos, três alemães, três britânicos e 11 ucranianos, incluindo os nove membros da tripulação.