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Caixas-fortes com manuscritos de Kafka devem ser abertos

Litígio judicial entre herdeiros de Kafka e autoridades israelenses revelam obras depois de 50 anos; autor desejava queimar todos os manuscritos

Antes de morrer, Franz Kafka havia pedido a amigo que queimasse todas suas obras, sem que fossem publicadas (.)

Antes de morrer, Franz Kafka havia pedido a amigo que queimasse todas suas obras, sem que fossem publicadas (.)

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Da Redação

Publicado em 16 de julho de 2010 às 13h10.

Zurique - Os manuscritos e desenhos de Franz Kafka serão retirados das caixas-fortes do banco suíço UBS em função do litígio judicial entre os herdeiros desses documentos e as autoridades israelenses.

Na próxima segunda-feira serão abertos quatro compartimentos de caixas-fortes do UBS em Zurique, onde se encontram há mais de 50 anos os manuscritos e desenhos do autor de "O Processo", falecido de tuberculose em 1924 na Áustria, informou o jornal Neue Zürcher Zeitung (NZZ).

O UBS, contactado pela AFP, negou-se a fazer comentários, pois este banco não divulga informações sobre a atividade de seus clientes, segundo um porta-voz.

A abertura das caixas-fortes em Zurique acontecerá depois de uma operação similar em dois bancos de Tel Aviv, por ordem de um tribunal israelense.

A professora de literatura Itta Shedletzky será a primeira pessoa a ter acesso a esses documentos e deverá fazer seu inventário.

Franz Kafka nasceu em 1883, em Praga, que na época se encontrava no Império Austro-Húngaro, e deu instruções a seu amigo Max Brod para queimar sua obra depois de sua morte. Mas Max Brod não cumpriu com o pedido e, depois de imigrar para Tel Aviv em 1939 para escapar do nazismo, publicou os textos.

Depois legou a sucessão da obra a sua secretária, Esther Hoffe, que, por sua vez, legou a suas filhas. Após a morte de sua mãe há três anos, a filhas pediram às autoridades israelenses que confirmassem sua herança.

Atualmente corre um processo em Tel Aviv para estabelecer se as herdeiras podem dispor livremente ou não desta sucessão.

A Biblioteca Nacional de Israel em Jerusalém aproveitou a ocasião para tentar, segundo seu diretor Shmuel Har Noi, "recuperar os manuscritos de Kafka".

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