Acidente: inicialmente usada pelo Egito, a hipótese de atentado deu espaço à de incidente técnico (Christian Hartmann / Reuters)
Da Redação
Publicado em 29 de junho de 2016 às 17h39.
A análise de uma das caixas-pretas do avião da EgyptAir que caiu em maio passado no mar Mediterrâneo confirmou a detecção de fumaça - informaram os investigadores egípcios nesta quarta-feira (29).
"Os dados registrados (pela caixa-preta) coincidem com os alertas do sistema automatizado de comunicações do aparelho (Acars) sobre a fumaça nos banheiros e em instrumentos de voo", afirmou a comissão, em um comunicado, acrescentando que "partes da frente da aeronave teriam indícios de danos, devido à alta temperatura e à fuligem".
Um Airbus A320 da EgyptAir que fazia o trajeto Paris-Cairo caiu no mar entre Creta e a costa egípcia em 19 de maio. Seus 66 ocupantes morreram.
Inicialmente usada pelo Egito, a hipótese de atentado deu espaço à de incidente técnico. O aparelho emitiu dois alertas automáticos dois minutos antes da queda, assinalando que havia fumaça na cabine dos pilotos e uma falha no computador que gerencia os comandos.
As duas caixas-pretas foram resgatadas do mar Mediterrâneo, mas os cartões de memória estavam ilegíveis. Por isso, foram enviadas para os laboratórios do Escritório de Investigação de Acidentes Aéreos (BEA), na França. Esses equipamentos têm como função guardar os parâmetros técnicos de voo (Flight Data Recorder, FDR) e gravar as conversas na cabine do piloto (Cockpit Voice Recorder, CVR).
Na segunda-feira (27), a comissão egípcia anunciou que a caixa com os parâmetros de voo havia sido "reparada com sucesso" pelos técnicos franceses. Já a caixa com a gravação das conversas dos pilotos ainda está sendo consertada.