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Cai o número de mortes por consumo de drogas no mundo

O número de mortes em consequência da redução do consumo mundial de drogas caiu 13% em 2012


	Drogas: o consumo se manteve estável em 2012
 (Antonio Cruz/ABr)

Drogas: o consumo se manteve estável em 2012 (Antonio Cruz/ABr)

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Da Redação

Publicado em 26 de junho de 2014 às 10h48.

Viena - O consumo mundial de drogas por parte da população adulta em 2012 foi de 5%, um número que se manteve estável com relação ao ano anterior, em contraste com a redução de 13% no número de mortes, cerca de 183 mil, por seu uso.

Assim indica o Relatório Mundial sobre as Drogas de 2014 das Nações Unidas, que alerta sobre o desafio que representa o auge dos entorpecentes sintéticos e a aparição de mercados virtuais ocultos na internet.

O documento ressalta que devem ser respeitados os direitos humanos dos toxicômanos e oferecer tratamento médico para abandonar o consumo.

"Segue havendo grandes lacunas na prestação de serviços. Nos últimos anos, só um em cada seis usuários de drogas em escala mundial teve acesso ou recebeu tratamento", lamenta Yuri Fedotov, diretor-executivo da Escritório da ONU contra Drogas e Crime (UNODC), autora do relatório.

O texto estima que em 2012 morreram 183 mil pessoas no mundo todo por consumo de drogas, uma queda de quase 13% com relação ao ano anterior, quando foram calculados cerca de 210 mil falecimentos.

Em termos regionais, a UNODC calcula que as mortes na Ásia foram 78,6 mil; na América do Norte 44,6 mil; na África 36,8 mil; na Europa 16,2 mil; na América Latina e no Caribe 4,9 mil; e na Oceania 1,9 mil.

No mundo há cerca de 243 milhões de consumidores de drogas, embora os toxicômanos "problemáticos" que se envolvem em práticas de riscos são estimados em 27 milhões, 0,6% da população adulta mundial.

As drogas mais letais são o ópio e seus derivados, como a heroína, especialmente perigosas para seus 49 milhões de consumidores quando foram misturados com sedativos ou são reutilizadas seringas, o que facilita o contágio do HIV e a hepatite C.

Os opiáceos são a droga consumida pela maioria das pessoas que procuram tratamento na Europa e Ásia, enquanto na América é a cocaína.

Em 2013, a superfície mundial de cultivo de papoula alcançou um recorde mundial com 296,7 mil hectares, com o Afeganistão gerando 80% da produção total de ópio após anos de aumento contínuo.

Ao contrário do ópio, as plantações de coca em 2013 marcaram, com 133,7 mil hectares, seu mínimo desde que começaram a ser feitas estimativas em 1990, com seu cultivo concentrado em três países: Peru, Colômbia e Bolívia.


A disponibilidade de cocaína diminuiu e as apreensões aumentaram das 634 toneladas em 2011 até as 671 em 2012, segundo o relatório, enquanto seus principais mercados seguem sendo América do Norte e Europa, embora seja destacado um aumento do consumo na América do Sul, especialmente no Brasil.

A cannabis continua sendo, por muita margem, a droga mais consumida, com 177 milhões, com uma leve queda global, embora nos EUA aumentou a demanda devido à "impressão de que a cannabis não é tão perigosa", segundo a ONU.

O relatório indica que deverão se passar anos para poder avaliar o impacto que as legalizações de cannabis no Uruguai e nos Estados dos EUA do Colorado e Washington têm sobre a saúde, a justiça e os ingressos e gastos públicos.

Pelo lado dos desafios, a ONU alerta que o número de substâncias sintéticas de última geração duplicou até as 348 entre 2009 e 2013, enquanto as apreensões de metanfetamina dobraram até as 144 toneladas, com um grande número de laboratórios desmantelados nos Estados Unidos e México.

O relatório destaca que as drogas sintética, de elaboração química, são mais difíceis de rastrear e quantificar do que as tradicionais de origem vegetal, por isso que se deve aumentar o esforço internacional para interceptar os precursores químicos que são usam em sua fabricação.

A ONU também alerta sobre o surgimento de mercados de drogas na internet, fortemente criptografado, e que utilizam a moeda eletrônica bitcoin para dificultar a identificação das operações.

Esta "rede obscura", como define a ONU, "constitui um mercado virtual ao qual não se obtém acesso buscando na internet e no qual fica difícil para os organismos de repressão identificar os proprietários e usuários dos lugares digitais porque ocultam sua identidade com métodos muito complexos".

"Há indícios de que na "rede obscura" existe um mercado especializado de novas substâncias psicoactivas, assim como de cocaína, heroína, MDMA e cannabis de alta qualidade", acrescenta o relatório.

Como exemplo, há o caso da página de internet Silk Road, especializada em venda de drogas e outros bens ilegais e que foi fechada pelos Estados Unidos no final do ano passado.

Segundo o relatório, essa site, que tinha 200 mil usuários e atuava como um grande bazar de drogas, tinha obtido em seus dois anos e meio de funcionamento ingressos de cerca de US$ 1,2 bilhão. 

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