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Caças da Jordânia atacam EI e rei conforta família de piloto

Caças jordanianos atacaram alvos do Estado Islâmico, e em seguida deram voos sobre a cidade do piloto jordaniano que foi queimado vivo pelo grupo

O rei Abdullah (esquerda), da Jordânia, conforta Safi al-Kasaesbeh, pai de um piloto jordaniano morto pelo Estado Islâmico (Petra News Agency/Reuters)

O rei Abdullah (esquerda), da Jordânia, conforta Safi al-Kasaesbeh, pai de um piloto jordaniano morto pelo Estado Islâmico (Petra News Agency/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 5 de fevereiro de 2015 às 19h30.

Amã - Caças da Jordânia atacaram refúgios do Estado Islâmico na Síria nesta quinta-feira e em seguida deram voos rasantes sobre a cidade-natal do piloto jordaniano morto pelo grupo militante, enquanto o rei Abdullah consolou pessoalmente os familiares da vítima.

Testemunhas ouviram o monarca afirmando ao pai do piloto que os caças retornavam da cidade de Raqqa, controlada pelos militantes. Uma fonte de segurança disse à Reuters que os ataques atingiram alvos na província de Deir al-Zor, no leste sírio, assim como nos arredores de Raqqa.

A demonstração de força ocorre dois dias depois do grupo ultrarradical Estado Islâmico ter divulgado um vídeo em que o piloto jordaniano capturado Mouaht al-Kasaesbeh é queimado vivo dentro de uma jaula enquanto militantes de máscaras observam de pé ao redor.

A TV estatal jordaniana exibiu imagens de aviões decolando para realizar os ataques. Vários homens e mulheres foram mostradas escrevendo versos corânicos e slogans contra o Estado Islâmico no que parecia ser as bombas usadas nos ataques.

A emissora transmitiu mais tarde o bombardeio real, antes de os jatos retornarem em segurança à Jordânia.

Jatos norte-americanos se juntaram à missão para fornecer inteligência, vigilância, assim como reconhecimento e apoio para identificar alvos, disse uma autoridade dos EUA à Reuters sob condição de anonimato.

O oficial também disse que os ataques ocorreram nas proximidades de Raqqa, onde o piloto jordaniano foi executado. Comandantes militares informaram o rei Abdullah após as missões sobre os detalhes dos ataques, disse a TV estatal.

O monarca prometeu vingança pela morte de Kasaesbeh e ordenou aos comandantes que se preparem para desempenhar um papel militar mais ativo na coalizão liderada pelos EUA contra o grupo. Mas muitos jordanianos temem ser arrastados para um conflito que pode resultar numa reação de militantes radicais dentro do próprio reino.

"NENHUMA HUMANIDADE"

A TV estatal mostrou um rei sério sentado ao lado do chefe do Exército e de autoridades de primeiro escalão do governo durante a visita à família de Kasaesbeh em Aya, uma vila cerca de 100 quilômetros ao sul da capital, Amã.

O rei, vestindo roupas tradicionais árabes, foi recebido por multidões favoráveis e gritos de “Vida longa à Sua Majestade o rei, vida longa ao rei”, proferidos em cantos beduínos tradicionais.

Milhares de jordanianos se aglomeraram para prestar respeito ao rei em uma parte do país onde influentes tribos representam um importante pilar de sustentação da monarquia Hachemita, fornecendo homens para o Exército e as forças de segurança.

“Você é um monarca sábio. Esses criminosos violaram as regras de guerra do Islã e não possuem humanidade. Até mesmo a humanidade os renega”, disse Safi Kasaesbeh, pai do piloto, ao rei.

O monarca jordaniano prometeu que a morte do piloto, que tem estimulado um fervor nacionalista em todo o país, levará a uma retaliação severa contra o Estado Islâmico.

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