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Bush quebra silêncio e diz que não gosta do racismo da era Trump

Nos oito anos que se passaram desde que deixou a Casa Branca, o ex-presidente sempre se recusou a criticar seus sucessores. Até agora

George W. Bush (Pool/Getty Images)

George W. Bush (Pool/Getty Images)

Claudia Gasparini

Claudia Gasparini

Publicado em 28 de fevereiro de 2017 às 11h28.

Última atualização em 28 de fevereiro de 2017 às 11h49.

São Paulo - George W. Bush, presidente dos Estados Unidos entre 2001 e 2009, quebrou a tradição de não criticar seus sucessores na Casa Branca, e disse que “não gosta do racismo” em voga no país desde a eleição de Donald Trump.

Na declaração, dada à revista People, o ex-líder republicano falou sobre clima de discórdia entre os norte-americanos. “Não gosto dos xingamentos e não gosto que as pessoas se sintam excluídas. Ninguém gosta disso”, disse ele.

Bush ainda chamou o clima político em Washington de “bem feio”, mas não se disse preocupado com o futuro dos Estados Unidos. “Já passamos por períodos assim antes e sempre encontramos uma forma de sair disso. Sou mais otimista do que algumas pessoas”, afirmou à People.

Nos oito anos que se passaram desde que deixou a Casa Branca, o ex-presidente sempre se recusou a criticar publicamente os presidentes que vieram depois dele, com a justificativa de que não queria colocar obstáculos no trabalho deles, que já seria difícil o suficiente.

Porém, o silêncio diplomático de Bush não tem resistido às polêmicas do recém-começado mandato de Trump, como as tentativas de banir a entrada de imigrantes e refugiados de sete países muçulmanos nos Estados Unidos e a guerra declarada contra a mídia, que ele chamou de “inimiga do povo”.

Em entrevista ao programa “Today Show”, Bush disse que “é a favor de uma política imigratória que seja receptiva e apoiada na lei”. Também afirmou que o poder pode ser “viciante” e “corrosivo” e afirmou que a “imprensa é indispensável para a democracia”.

Ao ser questionado sobre Trump ter chamado a mídia de “inimiga do povo”, ele respondeu que passou muito tempo do seu governo tentando convencer o presidente russo Vladimir Putin sobre a importância de ter uma imprensa livre. “É meio difícil dizer para os outros terem uma mídia livre e independente quando nós não estamos dispostos a fazer isso também”, disse.

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