Ex-mandatários dos EUA: cerimônia de despedida de Bush pai tem encontro de Trump e ex-presidentes (Alex Brandon/Reuters)
AFP
Publicado em 6 de dezembro de 2018 às 15h06.
Última atualização em 6 de dezembro de 2018 às 15h42.
O corpo do 41° presidente dos Estados Unidos, George H.W. Bush, será enterrado nesta quinta-feira (6), depois de quatro dias de homenagens que uniram um país dividido.
Depois de um funeral com honras de Estado na quarta-feira em Washington, com a presença dos cinco ex-presidentes do país e líderes estrangeiros, o caixão de Bush pai coberto com a bandeira americana foi transferido para Houston.
Ficará exposto na Igreja Episcopal de St. Martin, onde os Bush foram adorados durante décadas, até que seja enterrado.
O ex-presidente será sepultado atrás da biblioteca e museu que leva seu nome no campus da Texas A&M University, ao lado de sua esposa, Barbara, que faleceu em abril, e de sua filha Robin, que morreu de leucemia aos três anos de idade.
No serviço memorial, o presidente Donald Trump e a primeira-dama Melania dividiram um banco na Catedral Nacional com os presidentes Barack Obama, Bill Clinton, Jimmy Carter e suas esposas, enquanto uma guarda de honra levou o caixão de Bush para a sala de oração.
Seu filho, o ex-presidente George W. Bush, tocou no caixão duas vezes quando se aproximou para proferir um discurso carregado de lembranças e humos. Em meio às palavras, muitas vezes derramou lágrimas, recordando anedotas e ensinamentos de seu pai e predecessor como comandante em chefe, que morreu na sexta-feira aos 94 anos de idade.
"Ele me mostrou o que significa ser um presidente que serve com integridade, lidera corajosamente e age com amor em seu coração para os cidadãos de nosso país", disse Bush.
"Ele nasceu com apenas duas configurações: acelera a fundo, depois dorme", afirmou. "Para nós, foi o mais brilhante de mil pontos de luz", acrescentou W. Bush, referindo-se à famosa frase de seu pai sobre a rica diversidade da América.
O funeral na quarta-feira encerrou a série de homenagens a Bush do Capitólio, onde milhares de pessoas deram seu último adeus a um estadista que liderou a nação em tempos turbulentos, incluindo o fim da Guerra Fria.
Desde a morte de Bush, Trump mudou sua habitual postura provocadora para uma de solenidade, tuitando antes do funeral sobre "um dia de celebração para um grande homem que viveu uma vida longa e distinta".
"Ele fará falta!", escreveu Trump.
No funeral, Trump e seus antecessores democratas foram forçados a uma trégua desconfortável.
Trump chegou e apertou a mão de Obama e da ex-primeira-dama Michelle Obama. Mas suas saudações pararam ali, e a linguagem corporal ficou fria, pois ele não reconheceu Hillary Clinton, sua rival democrata em 2016.
Clinton olhou para a frente, e nenhum deles fez contato visual.
Foi um grande contraste quando Bush Jr. chegou minutos depois e apertou as mãos dos presidentes atual e antigos e de suas esposas, e deu a Michelle Obama um doce, como o fez durante o funeral do senador John McCain na mesma Catedral em setembro.
Os sinos tocaram quando o caixão era carregado, diante do olhar respeitoso dos dignitários, entre eles o príncipe Charles, da Grã-Bretanha, a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente polonês, Lech Walesa.
Bush era um piloto condecorado da Segunda Guerra Mundial que quase morreu quando foi abatido em uma missão de bombardeio.
Ele foi congressista, enviado para a China, diretor da Agência Central de Inteligência (CIA) e vice-presidente de Ronald Reagan antes de chegar à Casa Branca.