O ex-presidente dos Estados Unidos George W. Bush: Segundo o ex-presidente, "é necessário que haja um equilíbrio" entre segurança e privacidade, e "como explicou Barack Obama, há um equilíbrio adequado". (AFP / Jim Watson)
Da Redação
Publicado em 1 de julho de 2013 às 16h00.
Washington - Em entrevista concedida nesta segunda-feira à emissora "CNN", o ex-presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, defendeu a espionagem das chamadas telefônicas e das comunicações digitais dos cidadãos realizadas pelo serviço secreto americano - iniciadas durante seu mandato -, e acusou Edward Snowden de comprometer a segurança nacional ao tornar essas informações públicas.
Bush, que está na Zâmbia, em visita a um centro de saúde pertencente à sua fundação, lembrou que foi ele quem iniciou o programa da Agência de Segurança Nacional (NSA) para vigiar comunicações digitais com objetivo de monitorar contatos que suspeitos de terrorismo fizessem com pessoas de outros países.
"Uma das certezas" desse programa "era que as liberdades civis estavam garantidas", explicou Bush.
Segundo o ex-presidente, "é necessário que haja um equilíbrio" entre segurança e privacidade, e "como explicou Barack Obama, há um equilíbrio adequado".
Bush, que governou os EUA entre 2001 e 2009, afirmou também que acredita que o governo de Obama "saberá lidar" com as consequências do vazamento de informações secretas promovido por Snowden, um ex-técnico da NSA que permanece no aeroporto de Moscou há uma semana à espera da resposta do Equador sobre um pedido de asilo político.
"Acho que ele prejudicou a segurança do país", ressaltou Bush sobre Snowden, de 30 anos.
O ex-técnico revelou ao jornal britânico "The Guardian" e ao americano "The Washington Post" que a NSA e o Birô Federal de investigações (FBI) têm acesso a milhões de registros telefônicos amparados no Ato Patriota, aprovado após os atentados de 11 de setembro de 2001 nos EUA.
Posteriormente esses jornais revelaram um programa secreto conhecido como "PRISM" que permite à NSA acessar diretamente os servidores de nove das maiores empresas de internet americanas, como Google, Facebook, Microsoft e Apple, para espionar contatos no exterior de suspeitos de terrorismo.
Além disso, a revista alemã "Der Spiegel" revelou no fim de semana que a NSA espionou também a União Euroreia (UE) e a ONU.
Além disso, hoje, o "Guardian" publicou que os serviços secretos dos EUA espionam a missão da UE em Nova York e 38 embaixadas, entre elas as de França, Itália e Grécia e de países do Oriente Médio, segundo documentos fornecidos ao jornal por Snowden.