Mundo

Busca por explosivos em shopping atrasa resgate de corpos

Durante a manhã de hoje foram ouvidas três fortes explosões no interior do edifício que, segundo a polícia estavam controladas pela equipe antibombas


	Shopping Westgate: A Polícia do Quênia continua pedindo aos cidadãos que ignorem as informações extra oficiais, já que, segundo ela, o único interesse é desestabilizar país (Goran Tomasevic/Reuters)

Shopping Westgate: A Polícia do Quênia continua pedindo aos cidadãos que ignorem as informações extra oficiais, já que, segundo ela, o único interesse é desestabilizar país (Goran Tomasevic/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de setembro de 2013 às 16h17.

Nairóbi - A localização e detonação controlada de explosivos colocados pela milícia radical somali Al Shabab no interior do centro comercial Westgate de Nairóbi atrasa nesta quinta-feira as tarefas de remoção de escombros e a resgate dos corpos das vítimas do ataque.

Segundo a Cruz Vermelha, a busca de corpos esteve suspensa desde ontem por este motivo, já que o exército queniano continua a buscar artefatos explosivos que os assaltantes esconderam antes de serem rendidos.

Durante a manhã de hoje foram ouvidas três fortes explosões no interior do edifício que, segundo a polícia estavam controladas pela equipe antibombas.

O balanço oficial é de 72 mortos, mas a Cruz Vermelha informou que há outros 61 desaparecidos, pessoas que estavam no último sábado no Westgate quando começou o ataque terrorista e que ainda não fizeram contato com suas famílias.

Um dos funcionários do necrotério disse a Agência Efe que é esperada a chegada de 'muitos mais' corpos que permanecem no interior do centro comercial.

O governo ainda não deu explicações sobre as explosões que aconteceram dentro do shopping durante os quatro dias de sequestro, nem o motivo do desmoronamento de três dos quatro andares.

A Polícia do Quênia continua pedindo aos cidadãos que ignorem as informações extra oficiais, já que, segundo ela, o único interesse é desestabilizar o país.


O centro comercial e suas imediações permanecem sitiados pelo exército, que aumentou os controles de segurança e restringiu a presença de jornalistas e voluntários.

A busca de explosivos supostamente colocados pelos terroristas também atrasa a investigação que um grupo internacional formado por agentes especiais do Quênia, Estados Unidos, Reino Unido, Israel e Alemanha vai realizar.

De acordo com a Cruz Vermelha, os especialistas, até o meio-dia de hoje, não tiveram autorização de entrar no local.

Pouco a pouco, as conexões internacionais do atentado se vão revelando.

A organização policial internacional Interpol emitiu, a pedido do Quênia, uma ordem de detenção e um alerta vermelho para seus 190 países-membros contra a cidadã britânica Samantha Lewthwaite, suspeita de ter participado do massacre

Samantha Lewthwaite ficou conhecida como a 'viúva branca' depois da morte de seu marido, Germaine Lindsay, cidadão britânico de origem jamaicana que foi um dos quatro terroristas suicidas de 7 de julho de 2005 no metrô de Londres, que matou 56 pessoas e deixou centenas ficaram feridas.


Sua participação no assalto ao Westgate ainda não está estabelecida, e por o Quênia pediu que seja detida por crimes cometidos em 2011, prática comum para buscar criminosos suspeitos.

A investigação parlamentar começará na próxima semana com a declaração dos oficiais de maior patente dos diferentes corpos de segurança quenianos.

Segundo disse o presidente da comissão de Defesa, Ndung'u Gethenji, chegou o momento de 'pedir responsabilidades e prestar contas', assim como de detectar 'os erros que tornaram possível' o atentado, como publicou o jornal local 'Daily Nation'.

A milícia Al Shabab ameaçou o Quênia com mais ataques caso não retirem suas tropas da Somália, onde entraram em 2011 para eliminar grupos radicais.

O líder da milícia, Mukhtar Abu Zubeyr, lançou hoje esta mensagem através da portal Somalimemo.net: 'Tirem suas tropas ou se preparem para uma guerra longa e sangrenta. Se não, estejam prontos para mais sangue em seu território, para o colapso econômico e para se verem refugiados'.

Esta manhã dois policiais morreram e outros dois ficaram feridos após um ataque de homens armados na cidade queniana de Mandera, na fronteira com Somália e Etiópia. Ontem, um incidente semelhante aconteceu na cidade de Wajir, matando um e ferindo cinco.

Tanto Wajir como Mandera foram objeto de diversos ataques deste tipo que as autoridades quenianas atribuíram à milícia fundamentalista islâmica somali.

Acompanhe tudo sobre:Ataques terroristasMortesQuêniaTerrorismo

Mais de Mundo

Presidente do México diz que tem 'mesa de diálogo' com EUA ante ameaça de tarifas

Trump diz que helicóptero que bateu em avião estava voando 'muito acima' da rota prevista

Egito confirma que reabriu passagem de Rafah para transferir feridos de Gaza