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Busca por "assassino do Facebook" mobiliza autoridades dos EUA

A Polícia disse acreditar que o suspeito, Steve Stephens, de 37 anos, está armado e é perigoso

Suspeito: a polícia de Cleveland, Ohio, alertou autoridades de quatro estados vizinhos para que o procurem (Cleveland Police/Handout/Reuters)

Suspeito: a polícia de Cleveland, Ohio, alertou autoridades de quatro estados vizinhos para que o procurem (Cleveland Police/Handout/Reuters)

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AFP

Publicado em 18 de abril de 2017 às 10h28.

Última atualização em 18 de abril de 2017 às 12h07.

As autoridades americanas lançaram nesta segunda-feira (17) uma caçada em todo país do homem que transmitiu pelo Facebook o assassinato de um idoso de Cleveland e que anunciou sua intenção de continuar matando.

Em Cleveland, Ohio, a Polícia disse acreditar que o suspeito, Steve Stephens, de 37 anos, está armado e é perigoso, e alertou autoridades de quatro estados vizinhos para que o procurem.

A Polícia local conta com o apoio de agentes do FBI e da ATF, a Agência sobre Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos. Também foi oferecida uma recompensa de US$ 50 mil por qualquer informação que leve à prisão de Steve, incluído na lista dos suspeitos mais procurados do FBI.

Robert Godwin, de 74 anos, foi baleado e morto no domingo, tendo sido escolhido pelo suspeito aparentemente de forma aleatória, quando voltava para casa depois de um jantar de Páscoa, segundo a polícia e a imprensa de Cleveland.

"Sabemos que Steve ainda está à solta, em algum lugar", disse o chefe da Polícia de Cleveland, Calvin Williams.

"Nós não sabemos sua condição e, claro, desconhecemos seu paradeiro. Pedimos que as pessoas permaneçam vigilantes", completou, afirmando que "nossa busca agora é basicamente em todo país".

"Isso é o que consideraríamos uma busca nacional", indicou.

A polícia emitiu um mandado de prisão por homicídio agravado contra Stephens, descrito como um homem negro barbudo de 1,85 metro e 110 kg. Ele foi visto pela última vez em um Ford Fusion branco com uma placa temporária.

Em um vídeo publicado na página de Stephens no Facebook, um homem que parece ser ele surge saindo de um veículo e se aproximando do alvo. A vítima é mostrada com uma arma na cabeça e depois caindo no chão, quando um tiro é disparado.

"Eu matei 13, então, estou trabalhando no 14º neste momento", diz o suspeito em um segundo vídeo.

"Eu estou apenas dirigindo por aí atropelando filhos da puta, cara", completou.

De acordo com a polícia, Stephens transmitiu o assassinato no Facebook Live. Os vídeos foram removidos pelos administradores da rede social, e a conta do suspeito foi inabilitada cerca de duas horas depois de começar a postar o material. A polícia não verificou a alegação dos outros possíveis crimes.

O vice-presidente de operações globais do Facebook, Justin Osofsky, reconheceu, no blog da mídia social, que a retirada dos vídeos levou tempo demais.

"Sabemos que temos de fazer melhor", declarou Osofsky.

"Como resultado dessa terrível série de eventos, estamos revisando nossos informes para nos assegurarmos de que as pessoas possam reportar - facilmente e o mais rápido possível - os vídeos e outro material que viole nossos padrões", insistiu.

Osofsky comentou que o Facebook recebeu o primeiro relato sobre o vídeo do suspeito mais de uma hora e 45 minutos depois de ser postado.

"Recebemos o relato do terceiro vídeo, que contém a confissão ao vivo do homem, depois de ter terminado", acrescentou.

"Zangado com a namorada"

"Este é um crime horrível, e não permitimos esse tipo de conteúdo no Facebook", disse a empresa em comunicado.

"Trabalhamos duro para manter um ambiente seguro no Facebook, e estamos em contato com a polícia em situações de emergência quando há ameaças diretas à segurança física", acrescentou.

A mãe de Stephens disse à CNN que ligou para ele no domingo quando ficou sabendo do vídeo, e que ele disse que estava atirando em pessoas porque estava "zangado com a namorada".

A polícia afirmou que a mulher a que ele se referiu estava em um lugar seguro.

Detetives de Cleveland também entraram em contato com Stephens por telefone no início da investigação, disse Williams.

"Eles tentaram, é claro, convencê-lo a se entregar e, claro, isso não aconteceu até agora. Então, estamos pedindo a ajuda das pessoas para encontrar esse cara. Nós sabemos que ele está por aí em algum lugar", acrescentou.

O último sinal do celular de Stephens procede de Erie, na Pensilvânia, cerca de 160 km ao leste de Cleveland.

A polícia de Cleveland pediu que os estados da Pensilvânia, Nova York, Indiana e Michigan fiquem em alerta.

Dezenas de buscas

O FBI e o serviço de delegados dos Estados Unidos (US Marshals) se uniram às buscas.

"Este homem é perigoso, e ele pode estar perto, longe, ou em qualquer lugar no meio disso", disse Stephen Anthony, agente especial do FBI no comando da operação.

"Nós vamos tornar o mundo deste indivíduo muito, muito, muito pequeno. Por isso, estou muito otimista", disse o delegado responsável pelo caso, Peter Elliot, acrescentando que "eu acho que as coisas vão acontecer, e muito rapidamente".

Williams admitiu, porém, que durante a noite a polícia procurou o suspeito "em vão" em dezenas de locais.

"Se há alguém que está ajudando ou acha que está ajudando Steve, não está realmente. Você vai se meter em problemas, junto com ele", alertou.

Stephens trabalhava na Beech Brook, uma agência de saúde comportamental que oferece a crianças serviços de saúde mental, guarda e adoção, tratamento para jovens em risco e outros programas.

Em seu vídeo, Stephens exibiu seu crachá da Beech Brook.

"Estamos chocados e horrorizados, como todo mundo", disse à CNN a porta-voz da agência, Nancy Kortemeyer.

"Pensar que um dos nossos funcionários poderia fazer isso é horrível", lamentou.

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