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Burundi rejeita envio de policiais da ONU a seu território

O Burundi passa por uma grave crise pautada por atos de violência política, o que provocou a morte de 500 pessoas e levou 270 mil a abandonar o país


	Burundi: A resolução da ONU prevê a presença dos policiais no país pelo período de um ano ou mais
 (Reuters)

Burundi: A resolução da ONU prevê a presença dos policiais no país pelo período de um ano ou mais (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 3 de agosto de 2016 às 09h55.

O Burundi anunciou nesta quarta-feira que rejeita o envio de 228 policiais da ONU a seu território, decidido com o objetivo restabelecer a calma e o respeito aos direitos humanos naquele país.

"O governo do Burundi rejeita qualquer disposição relativa ao envio de qualquer força a seu território que viole a soberania nacional", afirma um comunicado divulgado pelo porta-voz Philippe Nzoborariba.

O Burundi passa por uma grave crise pautada por atos de violência desde que o presidente Pierre Nkurunziza anunciou em abril de 2015 sua candidatura a um terceiro mandato presidencial. Apesar dos protestos, ele foi reeleito em julho deste ano.

A violência política provocou a morte de 500 pessoas e levou 270.000 a abandonar o país.

Na sexta-feira, o Conselho de Segurança votou uma resolução apresenta pela França para o envio de 228 policiais da ONU ao Burundi, país ao qual o texto pede que "coopere plenamente" com a força das Nações Unidas.

A rejeição à decisão da ONU já estava prevista. No sábado, o governo do Burundi organizou protestos diante da embaixada da França na capital Bujumbura.

Burundi decidiu, inclusive, endurecer sua posição, ao afirmar que não aceita nenhum deslocamento policial. Há alguns dias havia indicado que poderia aceitar a presença de 50 policiais da ONU.

"A hipótese de 50 policiais não tem mais razão de ser e deve ser reconsiderada, pois as forças de defesa e de segurança controlam perfeitamente a situação dentro de todo o território nacional", disse Nzobonariba.

Ao mesmo tempo, o porta-voz do governo afirmou que os 100 observadores e outros especialistas que devem ser enviados pela União Africana (UA) são "bem-vindos".

A resolução da ONU prevê a presença dos policiais no país pelo período de um ano e que a missão pode ser prolongada ou alterada se a situação piorar.

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