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Burquíni é apropriado para evitar câncer, diz especialista

Em entrevista, especialista disse que a melhor forma de tomar sol é com o "corpo totalmente coberto, como acontece com o burquíni"


	Burquíni: para ele, a prática do nudismo, por exemplo, é algo completamente impensável do ponto de vista médico
 (Jason Reed / Reuters)

Burquíni: para ele, a prática do nudismo, por exemplo, é algo completamente impensável do ponto de vista médico (Jason Reed / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 1 de setembro de 2016 às 17h11.

Viena  - A polêmico burquíni, o traje de banho geralmente usado por muçulmanas e que está gerando debates mundo afora, é uma forma "apropriada" de evitar melanomas, afirmou o presidente da Associação Europeia de Dermato-Oncologistas (EADO), Claus Garbe, nesta quinta-feira durante o 16º Congresso Mundial de Câncer de Pele em Viena.

Em entrevista à Agência Efe, Garbe disse que a melhor forma de tomar sol é com o "corpo totalmente coberto, como acontece com o burquíni", já que para ele a prática do nudismo, por exemplo, é algo completamente impensável do ponto de vista médico.

O especialista alemão defendeu que suas recomendações não têm qualquer conotação religiosa nem buscam entrar no debate político e jurídico de usar ou não a peça, mas fato é que estudiosos no tema vêm tentando conscientizar homens e mulheres de todas as idades de que "o protetor solar não protege" do câncer de pele, garantiu o também professor da Universidade de Tübingen, na Alemanha.

"Esses produtos só servem para nos proteger das queimaduras, não dos raios ultravioleta que provocam as mutações que afetam à pele e derivam em melanoma", explicou Garbe.

Segundo ele, para que um protetor solar com fator 50 tenha o devido efeito "seria preciso utilizar quase meio pote" em cada ida à praia ou à piscina, ou seja, 40 mililitros.

"A quantidade habitual que um banhista utiliza quando se expõe ao sol dá uma proteção real que equivale ao fator 5", acrescentou.

Para ilustrar sua advertência, o médico lembrou que aumentaram "dramaticamente" na Alemanha os casos de melanomas - tumores pigmentados e que representam o tipo mais grave de câncer de pele - desde 1950.

Aquele ano teve um registro de caso por cada 100 mil habitantes; em 1970 eram três casos; em 1990 eram oito; e em 2010 foram contabilizados 25 casos de melanoma por 100 mil habitantes.

Para o ano 2030, Garbe estimou que o número aumente a 34 casos por 100 mil habitantes, o que equivale a um crescimento de 325% com relação a 1990.

Os efeitos do sol não costumam ser percebidos em menos de 20 anos depois da exposição excessiva e por isso pouco será notado até 2050, mais ou menos, quando a maioria dos cidadãos vai "tomar consciência real" e "voltar a se proteger do sol com a vestimenta adequada", afirmou o especialista.

Isso já acontece na Austrália, país no hemisfério sul especialmente vulnerável pelo buraco da camada de ozônio e, coincidência ou não, o burquíni foi criado lá por Aheda Zanetti, uma estilista de origem libanesa.

No Brasil o câncer de pele é o tipo de câncer mais frequente. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), 175.760 casos estão previstos para serem diagnosticados no país neste ano.

Segundo o órgão, o câncer de pele é mais comum em pessoas com mais de 40 anos, e é relativamente raro em crianças e negros. As pessoas de pele clara, sensível à ação dos raios solares, ou com doenças cutâneas prévias são as principais vítimas.

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