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Buraco na camada de ozônio na Antártida é tão grande quanto a América do Norte

Abrangendo cerca de 25 milhões de quilômetros quadrados, o buraco sobre o Pólo Sul atingiu seu tamanho máximo anual em 14 de setembro

O buraco na camada de ozônio na Antártica foi descoberto no final de 1970, durante a primeira missão do satélite que podia medir o ozônio (Wikimedia Commons)

O buraco na camada de ozônio na Antártica foi descoberto no final de 1970, durante a primeira missão do satélite que podia medir o ozônio (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 25 de outubro de 2011 às 11h41.

São Paulo - O primeiro buraco de ozônio significativo sobre a Antártida está revelando um talho na camada protetora da atmosfera tão grande quanto a América do Norte, afirmam cientistas. Abrangendo cerca de 25 milhões de quilômetros quadrados, o buraco sobre o Pólo Sul atingiu seu tamanho máximo anual em 14 de setembro, tornando-se o quinto maior já registrado.

O maior buraco de ozônio na Antártica já registrado ocorreu em 2006, com um tamanho de 27,5 milhões de quilômetros quadrados, documentado por observação pelo Earth-observing Aura satellite, conforme informado pelo LiveScience.

O buraco na camada de ozônio na Antártica foi descoberto no final de 1970, durante a primeira missão do satélite que podia medir o ozônio - uma nave espacial chamada POES, gerida pela National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA). O buraco continuou crescendo de forma constante durante 1980 e 90, embora desde o início de 2000, o crescimento tenha sido estabilizado. Mesmo assim os cientistas viram uma grande variabilidade no tamanho de ano para ano.

Na superfície da Terra, o ozônio é um poluente, mas na estratosfera forma uma camada protetora que reflete a radiação ultravioleta de volta ao espaço, protegendo-nos dos raios ultravioletas prejudiciais.

Para os cientistas, os grandes buracos na camada de ozônio estão mais associados com invernos muito frios sobre a Antártida e de ventos polares que impedem a mistura do ar rico em ozônio de fora da circulação polar com o esgotamento do ozônio do ar interior.


Há uma grande variação de ano para ano, em 2007, o buraco de ozônio diminuiu 30% desde o recorde de inverno de 2006.

Em 2007, Ronald van der A - cientista sênior do projeto do Instituto de Meteorologia Royal Dutch, na Holanda, disse que "Embora o buraco seja um pouco menor do que o habitual, não podemos concluir que a camada de ozônio já esteja se recuperando".

Este ano, a região de ozônio sobre a Antártica caiu 30,5 milhões de toneladas, em comparação com o recorde de 2006, com perda de 44,1 milhões de toneladas. Van der A disse que variações naturais nas mudanças de temperatura e na atmosfera são responsáveis ​​pela diminuição da perda de ozônio, e isso não é indicativo de uma recuperação em longo prazo.

Ao longo de dois a três meses, aproximadamente 50% do valor da coluna total de ozônio na atmosfera desaparece. Em alguns níveis, as perdas chegam a 90%. Na primavera, as temperaturas começam a subir, o gelo evapora e a camada de ozônio começa a se recuperar.

O frio intenso na alta atmosfera do último inverno ártico criou reações químicas nas superfícies dos cristais de gelo nas nuvens, liberando formas ativas de CFCs e criando o primeiro buraco de ozônio significativo já registrado sobre as regiões setentrionais, segundo relataram os cientistas na revista Nature.

Este ano, pela primeira vez, os cientistas também encontraram um esgotamento de ozônio sobre o Ártico, que se assemelhava a sua contraparte, o pólo sul.

Os dados mostram uma grande variabilidade, mesmo após a proibição do uso de CFCs. Inicialmente os cientistas previram uma recuperação parcial. Mais tarde eles ajustaram os modelos e pronunciaram que a recuperação levaria décadas.

Com informações do ICECAP

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