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Bullying de Trump é ameaça ao mundo, diz China sobre discurso na ONU

O governo chinês divulgou nesta quarta-feira, 23, uma nota pedindo aos Estados Unidos que "parem de jogar jogos políticos"

China (Jason Lee/Reuters Business)

China (Jason Lee/Reuters Business)

FS

Fabiane Stefano

Publicado em 23 de setembro de 2020 às 18h35.

Última atualização em 23 de setembro de 2020 às 20h00.

Em resposta ao discurso de Donald Trump na Assembleia-Geral da ONU, em que o presidente americano mais uma vez chamou a covid-19 de “vírus chinês” e “praga”, o governo chinês divulgou nesta quarta-feira, 23, uma nota pedindo aos Estados Unidos que "parem de jogar jogos políticos, abandonem o unilateralismo e assumam suas responsabilidade com o mundo".

Assinada por Wang Wenbin, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, o documento acusa os Estados Unidos de "desconsiderar fatos e fabricar mentiras por motivos políticos obscuros, mostrando que o unilateralismo e o bullying são as maiores ameaças do mundo atual".

Em pouco mais de duas páginas, o documento lista as diversas ações da China na tentativa de combate ao vírus, como a imposição de restrições de circulações a seus cidadãos e o compartilhamento de informações genéticas do novo coronavírus com a comunidade internacional.

"Nossa resposta à pandemia tem sido aberta e transparente de todas as formas", diz o comunicado. "Os Estados Unidos estão tentando culpar os outros pelo seu mau desempenho na resposta ao vírus — o que é totalmente inútil."

O que os EUA precisam fazer agora é parar com a manipulação política, parar de politizar o vírus e se juntar à comunidade internacional nesse voo comum, sem apontar bodes expiatórios ou apontar dedos.

Ministério das Relações Exteriores da China

O país asiático também se defendeu das acusações de Trump relacionadas ao meio ambiente. Em seu discurso, Trump disse que a China joga milhões de toneladas de plástico nos oceanos, destruindo corais e lançando “mais mercúrio na natureza do que qualquer outro país no mundo”, segundo ele.

"Atingimos nossas metas de ação climática para 2020 antes do previsto, uma importante contribuição para a resposta global às mudanças climáticas", rebateu a China, novamente listando diversas iniciativas ambientais, como já ter 15% de seu consumo energético vindo de fontes não fósseis e ser dona de metade da frota mundial de veículos elétricos.

"Em contraste, os Estados Unidos, os maiores emissores de gases de efeito estufa em termos cumulativos, os maiores exportadores de lixo sólido e os maiores consumidores de plástico per capita no mundo", diz a carta, que termina em tom pouco amigável. "Como um país assim está em posição de culpar a China?"

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