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Budapeste retira candidatura para sediar Jogos Olímpicos de 2024

A desistência ocorre dias depois que um movimento contra à organização dos Jogos no país conseguiu mais de 260 mil assinaturas para um plebiscito

Budapeste: o governo considerou que seria preciso retirar a candidatura para evitar "uma grande perda de prestígio para o país" (Hannah Gleghorn/Stock.xchng)

Budapeste: o governo considerou que seria preciso retirar a candidatura para evitar "uma grande perda de prestígio para o país" (Hannah Gleghorn/Stock.xchng)

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EFE

Publicado em 22 de fevereiro de 2017 às 18h54.

Budapeste - A cidade de Budapeste desistiu da candidatura para sediar os Jogos Olímpicos de 2024, informou à Agência Efe nesta quarta-feira o porta-voz do governo, Zoltán Kovács, que citou como justificativa a falta de união em relação ao projeto, por motivos políticos.

"Até o momento, a candidatura húngara contava com união e apoio dentro do país e assim podia concorrer com as outras duas cidades (Paris e Los Angeles) que têm uma candidatura forte. Agora, essa união enfraqueceu por motivos políticos e perdeu a possibilidade de ganhar", explicou Kovács.

A desistência ocorre poucos dias depois que o movimento "Momentum", contrário à organização dos Jogos Olímpicos na capital húngara, reunir mais de 260 mil assinaturas para que seja feito um plebiscito sobre a candidatura.

A decisão de Budapeste foi tomada nesta quarta-feira em reunião entre o primeiro-ministro, Viktor Orbán, o prefeito de Budapeste, István Tarlós, e o presidente do Comitê Olímpico Húngaro, Zsolt Borkai.

"O governo, que mente ao dizer que é nacional, ignorou a vontade de 266 mil eleitores e fugiu covardemente", afirmou em breve comunicado Momentum em relação à retirada da candidatura.

Quando Budapeste apresentou a candidatura em 2015, o projeto contava com um amplo apoio dos partidos políticos, mas nos últimos meses cada vez mais forças retiraram o respaldo.

Apenas o governante Fidesz apoia a candidatura, enquanto várias forças de esquerda inclusive participaram da campanha de coleta de assinaturas para solicitar o plebiscito.

Desde que Momentum anunciou na sexta-feira passada que tinha reunido assinaturas suficientes para pedir uma consulta popular, diferentes representantes das classes política e esportiva do país passaram a discutir se a candidatura deveria ser mantida ou não.

Com 266.151 assinaturas, a iniciativa quase dobrou o mínimo exigido para que seja convocada a consulta.

Por isso, o governo considerou que seria preciso retirar a candidatura para evitar "uma grande perda de prestígio para o país", segundo opinou o líder do grupo parlamentar do Fidesz, Lajos Kósa.

A imprensa local especula há dias que o governo queria evitar a consulta a qualquer custo, ciente que as pesquisas indicam que a maioria dos habitantes de Budapeste se opõem a sediar os Jogos Olímpicos.

Alguns analistas políticos na Hungria consideram inclusive que a campanha contra os Jogos Olímpicos pode ser o início de um grande movimento opositor contra Orbán, que governa com maioria absoluta desde 2010.

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