Conferência: presidente da Libéria declarou que espera com esta conferência a definição de um mapa do caminho para a recuperação econômica da região (Thierry Charlier/AFP)
Da Redação
Publicado em 3 de março de 2015 às 10h36.
Bruxelas - Os dirigentes dos três países africanos afetados pela epidemia do ebola e representantes da comunidade internacional analisam nesta terça-feira em Bruxelas meios para colocar fim à pandemia e garantir que a ajuda prometida de 4,9 bilhões de dólares seja entregue.
Os presidentes da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, de Serra Leoa, Ernest Bai Koroma, e da Guiné, Alpha Condé, os países mais afetados e epicentro da epidemia declarada no início de 2014, estão presentes em Bruxelas, assim como os representantes de agências da ONU, do Banco Mundial, de organizações não governamentais ou delegações da UE, dos Estados Unidos, de China, Cuba e Austrália.
Sirleaf declarou à AFP que espera com esta conferência a definição de um mapa do caminho para a recuperação econômica da região.
"Não queremos relaxar os esforços" frente ao Ebola, acrescentou, declarando-se otimista sobre o resultado deste combate.
"Será uma tarefa muito difícil e meticulosa", ressaltou o coordenador da ONU para a luta contra a epidemia, David Nabarro, em uma coletiva de imprensa em Bruxelas.
Desde o pico da epidemia, durante o outono, os novos casos se dividiram por dez, passando de 900 a uma centena, em média, por semana, segundo a ONU.
A mobilização internacional, tardia, e africana permitiram conter a epidemia, que deixou ao menos 9.700 mortos.
Dos três países mais afetados, a Libéria está no bom caminho, mas a tendência segue em alta em algumas zonas do litoral da Guiné e de Serra Leoa, assim como a persistência de alguns focos nas zonas mais inacessíveis destes países do oeste da África.
Embora os casos de contaminação estejam em queda, "a epidemia não terminou, ainda devemos concentrar nossos esforços para vencer o Ebola de uma vez por todas", afirmou ao chegar à reunião a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini.
"Ainda não estamos no ponto de poder virar a página. É preciso manter a mobilização", afirmam na Comissão.
Entre as prioridades estão a criação de equipes de saúde itinerantes. Uma das preocupações é a de convencer as comunidades que ainda resistem a adotar as boas práticas, segundo Ismail Ud Sheikh Ahmed, que dirige a missão de coordenação da ONU sobre o Ebola.
Em matéria de funcionários "ainda faltam entre 200 a 300 especialistas de saúde pública", estimou Nabarro.
O desafio também é garantir que as ajudas prometidas cheguem. O compromisso alcançou um total de 4,9 bilhões de dólares, dos quais 2,4 bilhões já foram utilizados, segundo a Comissão Europeia.