Eleições sobre o novo sistema de votação foi imposto pelos liberais-democratas para integrarem uma coalizão com os conservadores do primeiro-ministro David Cameron (Peter Macdiarmid/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 5 de maio de 2011 às 20h08.
Londres - Os cidadãos do Reino Unido elegem nesta quinta-feira a nova composição dos Parlamentos autônomos de Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte, além de participarem de eleições municipais parciais na Inglaterra e de um plebiscito sobre o novo sistema de votação para todo o país.
Trata-se do chamado Voto Alternativo, que substituiria o tradicional de maioria simples e que permitiria aos eleitores votarem em vários candidatos por ordem de preferência.
Segundo este sistema, os candidatos são votados por ordem de preferência e, se nenhum obtiver mais de 50% dos votos no primeiro turno, o que receber menos é eliminado e são repartidas as segundas preferências dos eleitores, até que reste apenas um candidato com a maioria dos sufrágios.
O plebiscito sobre o novo sistema de votação, considerado mais representativo que o atual, foi a condição imposta pelos liberais-democratas para integrarem um Governo de coalizão com os conservadores do primeiro-ministro David Cameron.
Este último partido realizou uma forte campanha contra o Voto Alternativo, enquanto os trabalhistas estão divididos: enquanto seu líder, Ed Cameron, o defendeu abertamente, outros pesos pesados do partido se uniram para atacá-lo.
As últimas pesquisas indicam que o Voto Alternativo será rejeitado - segundo o jornal "The Guardian", 68% dos eleitores votarão no "não" -, o que seria um grande golpe para o líder liberal-democrata, Nick Clegg.
Os liberais-democratas, desgastados por sua associação aos conservadores e por não terem cumprido muitas de suas promessas pré-eleitorais, poderiam sofrer fortes perdas nas eleições municipais e nas autônomas.
Segundo as últimas pesquisas, o partido de Nick Clegg pode perder mais de 300 cadeiras nas eleições municipais inglesas.
Na Irlanda do Norte, o Partido Democrático Unionista do ministro principal (cargo equivalente ao de primeiro-ministro), Peter Robinson, e o nacionalista Sinn Féin, antigo braço político do já inativo IRA, que atualmente governam em coalizão, medirão forças mais uma vez e tudo indica que não haverá mudanças importantes.
Na Escócia, o Partido Nacional Escocês (SNP), do ministro principal Alex Salmond, que vem moderando seu discurso independentista, é considerado favorito e pode aumentar sua vantagem sobre os trabalhistas.
No País de Gales, por outro lado, os trabalhistas, que até agora governam com os nacionalistas de Plaid Cymru, podem ser beneficiados por suas críticas aos cortes públicos impostos pelo Governo central de conservadores e liberais-democratas. Com isso, podem aumentar seu número de cadeiras no Parlamento autônomo e conseguir sua primeira maioria absoluta.
Os colégios eleitorais, que abriram às 3h de Brasília em todo o país, fecharão às 18h, mas os primeiros resultados oficiais serão divulgados apenas na sexta-feira.