Londres, 28 nov (EFE).- Centenas de pessoas protestaram neste sábado em Londres na frente do 10 Downing Street, a residência do primeiro-ministro David Cameron e sede do Executivo britânico, contra os planos do governo de aderir aos ataques da coalizão internacional na Síria contra o Estado Islâmico (EI).

A organização "Stop the War" (Não à Guerra) convocou um protesto que também aconteceu em outras 17 cidades do Reino Unido, depois de Cameron defender no Parlamento nesta semana estender à Síria os ataques que o exército britânico realiza no Iraque contra os jihadistas desde setembro de 2014.

"Não ao bombardeiro na Síria" era a frase que aparecia na maioria dos cartazes dos manifestantes, nos quais também era possível ler "Mais bombas, mais mortes, mais terror" e "Quem o senhor Cameron acredita que está enganando?".

Os organizadores do protesto apresentaram uma carta dirigida ao primeiro-ministro, assinada, entre outros, pelo músico Brian Eno e pelo diretor de cinema Ken Loach, na qual sustentam que bombardear a Síria "inflamará a guerra e aumentará o rancor contra Ocidente".

"A experiência nas guerras de Afeganistão, Iraque e Líbia demonstra que as intervenções militares ocidentais causam um enorme aumento das vítimas, uma destruição devastadora e gigantescos rios de refugiados", analisa a carta.

Nos próximos dias, Cameron espera receber o apoio de uma grande maioria na Câmara dos Comuns para estender os bombardeios à Síria, depois de os parlamentares vetarem em 2013 seu plano para atacar o regime de Bashar al-Assad.

"Bombardear um país não vai deter uma ideologia, só fará com que fiquem mais irritados. Ataques como os de Paris ocorrem na África o tempo todo e nem sequer os mencionamos", disse Sally Smith, uma das manifestantes.

Segundo uma pesquisa da Survation divulgada pelo jornal "Daily Mirror", 48% dos britânicos são favoráveis aos ataques internacionais contra o EI na Síria, enquanto 30% são contrários e 22% se mostram indecisos. Além disso, 59% da população do Reino Unido considera que uma intervenção militar aumentaria o risco de sofrer um ataque terrorista no país.