Médicos socorrem mulher ferida na prisão de Palmasola em Santa Cruz, Bolívia, nesta sexta-feira (23) (AFP)
Da Redação
Publicado em 23 de agosto de 2013 às 22h21.
La Paz - Um confronto entre grupos de presos nesta sexta-feira em um presídio de Santa Cruz, no leste da Bolívia, deixou 30 mortos e dezenas de feridos, informaram as autoridades.
"Como resultado deste fato temos 30 mortos, sendo 29 maiores e uma criança de um ano e meio", disse o ministro do Interior, Carlos Romero, em entrevista coletiva.
Mais cedo, o diretor do Regime Penitenciário da Bolívia, Ramiro Llanos, disse à AFP que há dezenas de feridos, incluindo "35 em estado muito grave".
Segundo as autoridades, uma disputa de poder interna desatou o confronto entre os grupos de presos, que resultou num incêndio causado por botijões de gás em uma ala do complexo de Palmasola, onde estão cerca de 5 mil detentos.
A imprensa local informou que vários corpos calcinados foram retirados da penitenciária.
O comandante da polícia Jorge Aracena revelou que a criança morta vivia na prisão com seus pais.
De acordo com o ministro Carlos Romero, os detentos que provocaram a briga são de "alta periculosidade" e a polícia investiga se houve emprego de armas de fogo durante o confronto.
Nas prisões da Bolívia há um grande número de crianças que vivem com os pais presos, em uma grave situação de permissividade que o governo tenta corrigir com um novo plano carcerário.
Segundo Aracena, a briga começou na manhã desta sexta-feira, quando um grupo de presos invadiu outro setor, gerando um incêndio de grandes proporções, com a explosão de botijões de gás.
A TV boliviana exibiu imagens chocantes de corpos calcinados sendo levados por ambulâncias e de feridos atendidos por socorristas, em meio ao caos hospitalar.
As autoridades pediram à população que doe sangue.
O centro penitenciário de Palmasola é uma prisão de segurança máxima situada no subúrbio de Santa Cruz de la Sierra, capital econômica da Bolívia.
Do mesmo modo que as demais prisões do país, Palmasola tem superpopulação carcerária, com cerca de 5 mil detentos, sendo 4.500 homens e 500 mulheres, admitiu à AFP Ramiro Llanos.
"O setor onde ocorreu o confronto deveria abrigar entre 150 e 200 presos, mas na atualidade tinha cerca de 500 detentos".