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Brics insistem que suas economias ainda são fortes

Economias foram abaladas pelo Fed que alertou que podia reduzir as injeções de dinheiro fácil que levaram o investimento estrangeiro ao mundo desenvolvido


	Guido Mantega: "Eu ainda acredito que os Brics continuarão liderando a economia global", disse o ministro
 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

Guido Mantega: "Eu ainda acredito que os Brics continuarão liderando a economia global", disse o ministro (REUTERS/Ueslei Marcelino)

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Da Redação

Publicado em 23 de janeiro de 2014 às 16h06.

Davos - Ministros dos Brics defenderam suas projeções de crescimento nesta quinta-feira, apesar das ondas de turbulência causadas pela redução do estímulo monetário nos EUA e preocupações sobre uma potencial crise de liquidez na China.

"Eu ainda acredito que os Brics continuarão liderando a economia global", disse Guido Mantega, ministro das finanças brasileiro, enquanto discutia o estado das potências emergentes no Fórum Econômico de Davos.

Os Brics são formados pelos países emergentes Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Essas economias foram abaladas, em maio, pelo alerta do Federal Reserve (banco central dos EUA) que alertou que podia reduzir as injeções de dinheiro fácil que levaramo investimento estrangeiro ao mundo desenvolvido em busca de melhores retornos.

As conversas em Washington sobre os cortes de estímulos levaram os investimentos ao países mais ricos, fazendo as moedas locais a despencar na maioria das economias dos Brics e espalhando a percepção de que o mundo emergente poderia substituir a zona do euro como a maior dor de cabeça do mundo.

Contudo, o ministro das Finanças da África do Sul, Pravin Gordhan, disse que esse pensamento "terá algumas mudanças" por causa das reduções (dos estímulos nos EUA), espero que essas mudanças não serão chocantes.

Depois do susto do ano passado, os governos prepararam o terreno para a redução da política de dinheiro fácil, acrescentou ele.

Ao invés da mudança na política monetária, o vice-primeiro-ministro da Rússia, Arkady Dvorkovich, disse que a zona do euro, maior parceiro comercial da Rússia, continuou sendo o maior problema e continuará crescendo muito lentamente.


"O contexto de negócios não é bom o suficiente tanto na Rússia como no mundo", disse ele.

"Se a Europa está quase em recessão e a China está desacelerando um pouco, é natural que nós iremos desacelerar um pouco", disse ele.

Liu Mingkang, ex-vice-diretor do banco central chinês, disse que uma desaceleração na China e o temor de choques financeiros não devem ser subestimados.

"O ritmo de crescimento está desacelerando, isse é fato", disse ele, observando que as taxas de crescimento passaram de uma cifra de dois dígitos apenas alguns anos atrás, aos 7,7% esperados para este ano.

Mas Liu explicou que a China está mudando seu modelo baseado nas exportações para outro baseado na demanda e esses números menores devem ser esperados daqui pra frente.

Ele acrescentou que os rumores de uma bolha de crédito causada pelos pesados empréstimos nos governos regionais e municipais da China também devem ser seriamente considerados, mas que isso também aconteceu devido a uma mudança fundamental na economia chinesa e que medidas para conter o excesso de capital também foram tomadas.

O sul-africano Gordhan insistiu que qualquer turbulência nas economias emergentes não era causada por elas.

"Veio de centros financeiros mundiais e particularmente dos Estados Unidos", disse ele.

Sobre as acusações de que a desigualdade entre ricos e pobres é muito grande nos países emergentes, os ministros insistiram que muito tem sido feito para reduzir esse quadro.

"Depois de superar trezentos anos de apartheid e colonialismo, muito tem sido feito nos últimos 20 anos", afirmou Gordhan.

A persistente "desigualdade não significa que não tiramos milhões de pessoas da linha da pobreza", acrescentou.

"A China tirou cerca de 500 milhões de pessoas da linha da pobreza. A Índia tirou 150 milhões", observou.

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