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Brics condena ataques ao Irã, mas defende criação de zona livre de armas nucleares no Oriente Médio

Grupo também defendeu o diálogo pacífico como único caminho sustentável para a estabilidade duradoura

Agência o Globo
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Publicado em 24 de junho de 2025 às 20h41.

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Os países do Brics divulgaram uma nota, nesta terça-feira, 24, pedindo o fim do ciclo de violência no Oriente Médio. Sem citar Israel e Estados Unidos, o texto afirma que os ataques militares ao Irã, que faz parte do grupo, violam o direito internacional e a Carta das Nações Unidas.

Na nota, os países do grupo expressam "profunda preocupação" em relação a quaisquer ataques contra instalações nucleares de natureza pacífica. Além de violarem o direito internacional, ressalta o Brics, vão contra as resoluções pertinentes da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

O comunicado reafirma a defesa do Brics de se estabelecer uma zona livre de armas nucleares e outras armas de destruição em massa no Oriente Médio, em conformidade com as resoluções internacionais pertinentes.

O Brics é formado por onze nações em desenvolvimento: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã.

"Diante do aumento das tensões, cujas consequências para a paz e a segurança internacionais, bem como para a economia global, são imprevisíveis, ressaltamos a necessidade urgente de romper o ciclo de violência e restaurar a paz. Conclamamos todas as partes envolvidas a engajarem-se, por meio dos canais de diálogo e diplomáticos existentes, com vistas a desescalar a situação e resolver suas divergências por meios pacíficos", diz o comunicado do Brics, atualmente presidido pelo Brasil.

"As salvaguardas, a segurança e a proteção nucleares devem ser sempre respeitadas, inclusive em situações de conflitos armados, a fim de resguardar as pessoas e o meio ambiente contra danos. Nesse contexto, reiteramos nosso apoio a iniciativas diplomáticas que visem abordar desafios regionais".

Segundo a nota, vidas civis devem ser protegidas e a infraestrutura civil deve ser salvaguardada, em total conformidade com o Direito Internacional Humanitário. O texto também destaca que o Brics permanece comprometido com a promoção da paz e da segurança internacionais e com o fomento da diplomacia e do diálogo pacífico como único caminho sustentável para a estabilidade duradoura na região.

"Conclamamos a comunidade internacional a apoiar e facilitar os processos de diálogo, defender o direito internacional e contribuir construtivamente para a solução pacífica de controvérsias em benefício de toda a humanidade".

A crise no Oriente Médio será um dos principais temas a serem discutidos na cúpula de líderes do Brics, prevista para acontecer nos dias 6 e 7 de julho, no Rio de Janeiro. Até o momento, o governo brasileiro não divulgou a lista de chefes de Estado e de governo que participarão.

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