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Brexit será adiado e chance de saída sem acordo é de 35%, diz pesquisa

Contrariando o primeiro-ministro britânico, o Parlamento tentar bloquear uma saída não negociada da União Europeia

Brexit: Boris Johnson disse nesta segunda (9) que quer um acordo sobre o Brexit em 18 de outubro (Peter Nicholls/Reuters)

Brexit: Boris Johnson disse nesta segunda (9) que quer um acordo sobre o Brexit em 18 de outubro (Peter Nicholls/Reuters)

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Reuters

Publicado em 9 de setembro de 2019 às 14h18.

Londres — O Brexit será adiado novamente, de acordo com uma pesquisa Reuters com economistas que continuou a apontar a chance de o Reino Unido e a União Europeia se separarem sem um acordo em 35%, apesar do Parlamento britânico tentar bloquear uma saída não negociada.

O primeiro-ministro, Boris Johnson, disse nesta segunda-feira que quer um acordo sobre o Brexit em 18 de outubro, apenas duas semanas antes dos dois lados se separarem, mas disse repetidamente que o Reino Unido deixará a união de mais de quatro décadas com o bloco em 31 de outubro, com ou sem um acerto de saída.

No entanto, todos, exceto três dos 35 participantes que responderam a uma pergunta extra, disseram que a data prevista para a saída — já atrasada — será estendida novamente, provavelmente para janeiro.

"Johnson disse que preferia estar 'morto em um fosso' a atrasar o Brexit, mas não acreditamos nisso por um segundo", disse Stefan Koopman, do Rabobank.

Na semana passada, os parlamentares aprovaram um projeto de lei exigindo que Johnson peça aos líderes da UE por mais um adiamento do Brexit se o Parlamento — que entra em recesso nesta segunda-feira — não aprovar um acordo do Brexit ou votar a favor de uma saída não negociada até 19 de outubro.

Há 35% de chance de nenhum acordo ser fechado, resultando no chamado Brexit desordenado, de acordo com a previsão mediana de uma pesquisa da Reuters realizada entre 5 e 9 de setembro, inalterada em relação à pesquisa de agosto, que foi a mais alta desde que a Reuters começou a fazer a pergunta dois anos atrás. As previsões variaram de 10% a 60%.

Ainda assim, uma grande maioria dos economistas ainda diz que os dois lados acabarão firmando um acordo de livre comércio, como disseram desde o final de 2016, quando a Reuters começou a perguntar sobre o resultado mais provável.

Recessão evitada?

A economia britânica se recuperou mais do que o esperado em julho, mostraram dados oficiais nesta segunda-feira, diminuindo os temores de que o Reino Unido terá sua primeira recessão desde a crise financeira, à medida que a crise do Brexit aumenta.

"Estávamos preocupados com o risco de uma contração do PIB, que, devido ao declínio de 0,2% no segundo trimestre, significaria uma recessão técnica. Isso parece muito improvável agora", disse Philip Shaw, da Investec.

A quinta maior economia do mundo encolheu no segundo trimestre, uma consequência de um 'boom' de estocagem antes do prazo original do Brexit de 31 de março, mas deve crescer 0,2% neste trimestre e no próximo, mostrou a pesquisa.

O crescimento será acelerado para 0,3% ao trimestre durante todo o próximo ano, previu.

A probabilidade de uma recessão dentro de um ano se manteve estável em 35%. A probabilidade de um nos próximos dois anos caiu de 40% para 35%.

Com a previsão de inflação pairando em torno da meta de 2% do Banco da Inglaterra, nenhuma alteração na taxa de juros do banco de 0,75% é esperada até pelo menos 2022, o fim do horizonte da previsão.

Nenhum dos 54 economistas consultados acredita que o comitê de política monetária fará alterações nos custos de empréstimos quando anunciar sua última decisão em 19 de setembro.

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