Escócia: "(Não tenho) nenhuma dúvida de que a Escócia se transformará em um país independente, mas não sabemos quando" (Andy Buchanan/AFP)
Da Redação
Publicado em 1 de fevereiro de 2016 às 13h09.
Bilbao - O ex-ministro principal da Escócia Alex Salmond garantiu nesta segunda-feira que se o Reino Unido optar por deixar a União Europeia, a independência da Escócia "chegará mais cedo", porque deseja ficar na União.
Salmond apresentou hoje em Bilbao (norte da Espanha) a edição de seu livro sobre a campanha pelo sim no referendo de independência da Escócia, que foi traduzido pela Fundação Sabino Arana, vinculado ao Partido Nacionalista Basco.
"(Não tenho) nenhuma dúvida de que a Escócia se transformará em um país independente, mas não sabemos quando", afirmou hoje o ex-ministro principal, que renunciou após o triunfo do "não" à independência.
Há um fator que Salmond acredita que pode acelerar a independência escocesa, que é a possível saída do Reino Unido da UE, que será decidida em um referendo no ano que vem.
"Por uma vez, estou de acordo com Tony Blair: se o Reino Unido deixar a UE, a Escócia sairá do Reino Unido", disse.
Para o líder escocês, o processo de seu país, "sem ser o País Basco e nem Catalunha", deixou algumas lições: A importância da autodeterminação e saber que as coisas "não acontecem da noite para o dia", afirmou o político escocês, que pede que a população olhe "para o caminho percorrido e avalie o que foi feito até agora".
"David Cameron -o primeiro-ministro do Reino Unido- não se levantou um dia e decidiu convocar o referendo da Escócia, foi um processo de décadas de trabalho. As coisas levam seu tempo e por isso é preciso trabalhar com determinação", aconselhou.
A "principal mensagem" do processo independentista escocês que culminou com o referendo, é que "a ambição dos povos tem que se desenvolver dentro de um processo democrático", ressaltou.
Salmond, que agora está em um segundo plano como porta-voz de Relações Exteriores de seu partido, apostou por um "processo político para que a União Europa possa dar lugar às aspirações das nações pequenas".