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Brasil vai compartilhar recursos do Fundo Amazônia com vizinhos

Fundo mantido por europeus financia projetos para a preservação da floresta

Vista aérea da Amazônia: Brasil quer que a verba também chegue para os outros países da floresta (Antonio Scorza/AFP)

Vista aérea da Amazônia: Brasil quer que a verba também chegue para os outros países da floresta (Antonio Scorza/AFP)

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Da Redação

Publicado em 30 de setembro de 2011 às 18h06.

Rio de Janeiro - O Brasil está negociando com os países vizinhos da Bacia Amazônica formas de compartilhar os recursos do Fundo Amazônia, um mecanismo destinado a financiar projetos de preservação florestal e que tem como doadores países europeus, informaram nesta sexta-feira fontes oficiais.

"Estamos fazendo uma revisão estratégica sobre o uso do Fundo Amazônia e negociando com outros países amazônicos que podem ser beneficiados", afirmou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, em entrevista coletiva aos correspondentes estrangeiros nesta manhã no Rio de Janeiro.

Como destacou a ministra, o Brasil está discutindo com os doadores do fundo formas para que projetos de outros países amazônicos possam receber até 20% dos recursos captados.

O Fundo Amazônia foi criado em 2008 pelo Governo brasileiro para captar recursos de países e entidades estrangeiras, de organizações internacionais interessadas em financiar projetos de preservação do maior pulmão vegetal do mundo, assim como de programas de desenvolvimento sustentável na região.

A iniciativa foi rapidamente acolhida pela Noruega, que se comprometeu em fornecer US$ 1 bilhão ao fundo até o ano de 2015.

O mecanismo financeiro captou doações da Alemanha e do Reino Unido. Países como Japão e Suécia manifestaram também intenção de contribuir.

Os recursos, administrados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), financiarão projetos que demonstrem que a Amazônia é mais valiosa de pé do que no chão, derrubada pelos madeireiros, e de subsídios para habitantes da região que se comprometam em preservá-la.

Apesar do BNDES já ter selecionado os primeiros projetos de ONGs e de instituições públicas que receberão recursos do fundo, Izabella declarou que o Governo decidiu revisar o funcionamento do mecanismo e está discutindo com a Noruega e o banco uma nova estratégia.

"Queremos compartilhar também esse debate (a nova estratégia) com os outros países amazônicos", afirmou.

Conforme a ministra, além de financiar pequenos e grandes projetos de desenvolvimento sustentável, o Brasil deseja que o fundo possa ser usado para combater o desmatamento.

Izabella citou como exemplo o Bolsa Verde, um subsídio anunciado nesta semana pela presidente Dilma Rousseff que será concedido às pessoas que vivem em áreas de preservação e em reservas de extração para compensá-los pelos serviços ambientais prestados.

"É necessário remunerar os quem protegem a floresta e estamos fazendo isso através do programa Brasil sem Miséria", ressaltou a funcionária referindo-se a outra iniciativa de Dilma para beneficiar os 16,2 milhões de pessoas que estão na pobreza extrema.

A ministra explicou que o Bolsa Verde concederá inicialmente ajuda de R$ 300 às famílias que vivem em áreas preservadas e beneficiará neste ano 18 mil famílias.

A meta do Governo é atingir até o fim do próximo ano as 73 mil famílias que se estima vivem em reservas ambientais no Brasil.

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