Luiz Alberto Figueiredo, ministro das Relações Exteriores: decisão do Brasil de convocar seu embaixador em Tel Aviv havia gerado atritos (AFP/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 28 de agosto de 2014 às 15h45.
Brasília - O governo anunciou nesta quinta-feira que enviará de volta a Tel Aviv seu embaixador em Israel, Henrique da Silveira Sardinha Pinto, que tinha sido convocado para consultas no último dia 23 de julho, no meio da ofensiva israelense contra Gaza.
O anúncio foi feito por meio de um comunicado do Ministério das Relações Exteriores, no qual também manifestou a "satisfação" do governo brasileiro pelo cessar-fogo permanente estipulado por palestinos e israelenses na terça-feira passada.
O comunicado acrescenta que o Brasil "confia em que o cessar-fogo contribua para a estabilização da região e permita encontrar um encaminhamento definitivo para o conflito entre Israel e Palestina, com base na solução de dois Estados, vivendo lado a lado, em paz e segurança".
A decisão do Brasil de convocar seu embaixador em Tel Aviv gerou atritos, principalmente depois que o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Yigal Palmor, qualificou essa decisão como própria de um "anão diplomático".
Segundo disse Palmor em entrevista ao jornal "The Jerusalem Post", o chamado para consultas do embaixador representou "uma demonstração lamentável de como Brasil, um gigante econômico e cultural, continua sendo um anão diplomático".
Essa declaração motivou uma reação do ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, que explicou que a convocação para consultas é um "procedimento normal" e uma forma de, em termos diplomáticos, manifestar a "inconformidade" do Brasil com os ataques a Gaza.
O mal-estar durou até o último dia 11 de agosto, quando o novo presidente de Israel, Reuven Rivlin, entrou em contato com a presidente Dilma Rousseff para apresentar um pedido formal de desculpas pelas declarações de Palmor.
Nessa conversa, no entanto, Dilma reiterou que o Brasil "condenará e condena os ataques a Israel, mas condena, igualmente, o uso desproporcional da força em Gaza".