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Brasil quer usar G20 para avançar reforma da ONU e de outras instituições globais

Tema é uma das prioridades brasileiras durante o período na Presidência do grupo que reúne as maiores economias do mundo

 (Luciola Villela/Firjan/Divulgação)

(Luciola Villela/Firjan/Divulgação)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 29 de janeiro de 2024 às 16h09.

O Brasil usará seu período na Presidência do G20 para tentar impulsionar a reforma de instituições globais, como a ONU, que já não conseguem responder aos problemas internacionais da forma adequada, disseram representantes do Brasil nesta segunda, 29.

"Precisamos reforçar uma reforma da governança global, tanto na política, como as Nações Unidas, mas também na arquitetura das instituições financeiras", disse Maurício Lyrio, secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores e sherpa brasileiro, durante evento de apresentação do B20, fórum que reúne representantes de empresas das nações que integram o G20.

No mesmo painel, Tatiana Rosito, secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda e coordenadora da Trilha de Finanças, lembrou que o G20 começou com um grupo de trabalho para buscar formas de lidar com a crise econômica internacional que começou em países asiáticos, no fim dos anos 1990 e garantir a estabildade do sistema internacional, mas que agora instituições como o FMI e o Banco Mundial precisam também considerar novas questões, como a transição energética.

"Há um reconhecimento de que instituições multilaterais, em sua forma atual, não tem sido capazes de criar todas as respostas e o consenso para lidar com os desafios crescentes como o desenvolvimento sustentável, a pobreza, a desigualdade e os conflitos políticos da transição energética", disse Rosito.

"A agenda da trilha financeira inclui finanças sustentáveis, infraestrutura, transição energética e climática. E o nexo entre finanças e questões de saúde. Vamos contribuir para a declaração final a ser adotada no Rio em novembro", afirmou.

No evento, Rosito e Lyrio detalharam os planos do Brasil para usar a presidência do G20 para avançar as agendas prioritárias. A reforma da governança global é uma das três prioridades da liderança brasileira no G20. As outras duas são o combate à fome e a desiguladade e as três dimensões do desenvolvimento sustentável (econômica, social e ambiental).

Lyrio ressaltou que a importância de que os grupos de trabalho do G20 entreguem suas propostas e recomendações até julho, para dar tempo de tudo ser analisado até o fim do ano.

Ao longo de 2024, o Brasil organizará mais de 100 reuniões de grupos de trabalho, em várias cidades, como preparação para a Cúpula de Chefes de Governo e de Estado, no Rio de Janeiro, em 18 e 19 de novembro de 2024.

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