Mantega havia encaminhado uma carta aberta aos demais países do G20 afirmando que a sucessão no FMI deveriam levar em conta o mérito dos candidatos (Wilson Dias/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 23 de maio de 2011 às 14h11.
Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, evitou nesta segunda-feira emitir uma posição sobre a candidatura do México à presidência do Fundo Monetário Internacional (FMI), e disse que o Brasil gostaria de ter mais tempo para deliberar sobre a sucessão.
O México já anunciou que irá apresentar formalmente o nome do presidente do seu banco central Augustín Carstens para suceder Dominique Strauss-Kahn no posto de diretor-gerente do FMI. Strauss-Kahn renunciou ao cargo após ser acusado de crime sexual em Nova York.
Uma fonte do governo brasileiro afirmou à Reuters que o país não pretende apoiar Carstens, por considerá-lo um candidato conservador e com chance quase nula de ser escolhido.
Mantega, por sua vez, indicou a jornalistas que o governo brasileiro estuda a "possibilidade de sugerir que esta indicação agora seja apenas provisória, para completar o mandato do Dominique Strauss-Kahn, que se daria no final de 2012".
O mandato tampão daria mais tempo aos candidatos à "sucessão propriamente dita" viajarem aos países-membros com maior peso no FMI e divulgarem suas propostas, segundo Mantega.
Outra alternativa, segundo o ministro, seria prorrogar o prazo para a escolha. A diretoria do FMI já disse que espera encerrar o processo de seleção para a sucessão até 30 de junho.
Na semana passada, Mantega havia encaminhado uma carta aberta aos demais países do G20 afirmando que as discussões sobre a sucessão no FMI deveriam levar em conta o mérito dos candidatos, e não suas nacionalidades.
"O que interessa não é a nacionalidade. É por isso que queremos superar aquele critério de nacionalidade", reiterou Mantega nesta segunda-feira. "O que diferencia um de outro é qual é a proposta que ele tem." Por um acordo informal, a presidência do FMI é tradicionalmente ocupada por um europeu, enquanto a do Banco Mundial fica nas mãos dos Estados Unidos.
A ministra das Finanças da França, Christine Lagarde, é hoje considerada a candidata mais forte para substituir Strauss-Kahn, já tendo recebido o apoio de vários países.