Mundo

Energia alternativa pode crescer 40% no Brasil

Estudo aponta que, se houver vontade política, dá para aumentar em, pelo menos, 40% a produção de eletricidade por fontes renováveis alternativas


	No caso da eletricidade gerada a partir do vento, por exemplo, o estudo revela que o Brasil é capaz de produzir 300 milhões de kW por ano
 (Arquivo/EXAME)

No caso da eletricidade gerada a partir do vento, por exemplo, o estudo revela que o Brasil é capaz de produzir 300 milhões de kW por ano (Arquivo/EXAME)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de setembro de 2012 às 15h02.

São Paulo - Dados do Balanço Energético Nacional 2012 revelam que a energia hídrica representa mais de 81% da matriz elétrica brasileira. Mas será que essa dependência das grandes usinas hidrelétricas é realmente necessária para suprir a demanda da população por eletricidade? O novo estudo Além de grandes hidrelétricas: políticas para fontes renováveis de energia elétrica no Brasil, do WWF-Brasil, aponta que não.

Segundo a publicação, o país já tem capacidade para aumentar em, pelo menos, 40% a produção de eletricidade a partir de fontes renováveis alternativas - sobretudo se investir na geração de energia eólica, de biomassa e nas Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs).

No caso da eletricidade gerada a partir do vento, por exemplo, o estudo revela que o Brasil é capaz de produzir 300 milhões de kW por ano. Atualmente, no entanto, não produz nem a metade, gerando cerca de 114 milhões de kW anualmente.

A energia solar também não fica atrás no quesito potencial. De acordo com a publicação do WWF, se o lago de Itaipu fosse totalmente coberto com painéis fotovoltaicos, por exemplo, seria possível produzir, anualmente, 183 milhões kW, o que representa o dobro de toda a energia elétrica produzida pela usina de Itaipu em 2011.

E mais: segundo o estudo, o país sinaliza para uma tendência de queda nos preços das fontes renováveis alternativas nos próximos 10 a 15 anos - enquanto o valor da produção de eletricidade nas usinas hidrelétricas seguirá o caminho oposto, de aumento -, transformando-as interessantes, também, do ponto de vista econômico.

No entanto, para que o Brasil realmente consiga atingir todo o potencial que possui na geração de energia a partir de fontes renováveis alternativas, é preciso vontade política. Isso porque a criação de novos subsídios ou, ainda, o redirecionamento dos subsídios já existentes - que atualmente são voltados para a viabilização da produção energética por fontes fósseis - é fundamental no processo de transição para uma matriz elétrica menos dependente das usinas hidrelétricas.

"A conclusão do estudo é clara: o potencial das fontes renováveis alternativas é imenso e pouco aproveitado. Havendo vontade política, o governo brasileiro tem como promover as ações sugeridas no documento e, assim, atender a uma significativa parte das demandas de eletricidade do país a partir de fontes limpas e de baixo impacto ambiental", diz Carlos Rittl, coordenador do Programa Mudanças Climáticas e Energia do WWF-Brasil.

Confira a publicação Além de grandes hidrelétricas: políticas para fontes renováveis de energia elétrica no Brasil, na versão para tomadores de decisão.

Acompanhe tudo sobre:EnergiaEnergia eólicaEnergia renovávelEnergia solarInfraestrutura

Mais de Mundo

Trump diz que enviará imigrantes para prisão em Guantánamo

'Não sou antivacina', diz Robert Kennedy Jr. no Senado americano

Governo Trump desiste de corte de repasses que barrou ao menos US$ 1 trilhão em recursos

Indicado de Trump diz que grandes tarifas sobre o México serão decididas em abril