Cúpula do G20 no Rio de Janeiro deve focar no combate à fome e mudanças climáticas (AFP)
Agência de Notícias
Publicado em 8 de novembro de 2024 às 18h05.
O governo federal mantém confiança de que o próximo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, respeitará os “principais acordos” firmados na cúpula do G20, que ocorrerá no Rio de Janeiro nos dias 18 e 19 de novembro, segundo fontes oficiais.
“Um dos objetivos da presidência brasileira do G20 foi focar na busca de resultados concretos em questões que possam gerar consenso”, afirmou o diplomata Mauricio Lyrio, principal representante da delegação brasileira no grupo das maiores economias.
Entre os acordos destacados por Lyrio está a criação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, iniciativa à qual o atual presidente dos EUA, Joe Biden, já anunciou adesão. Esse projeto, segundo Lyrio, será o “maior legado” da presidência brasileira do G20, que busca superar desigualdades globais.
“Não há nenhum país que considere negativo tirar mais de 700 milhões de pessoas da fome”, destacou Lyrio, mas ele também expressou reservas sobre as possíveis posições dos EUA a partir de janeiro de 2025, quando Trump tomará posse. Em temas como mudanças climáticas, Lyrio lembrou das posições negacionistas do presidente americano em seu mandato anterior.
Esses pontos, contudo, serão objeto de novas “conversas e negociações” em 2025, durante a presidência da África do Sul no G20, e seguirão em 2026, sob liderança dos EUA. “Durante 2025, o Brasil estará na troika junto com África do Sul e EUA, o que garante alguma influência nas discussões”, pontuou o diplomata.
O trabalho do G20, sob a presidência do Brasil, resultou em 41 declarações ministeriais que devem ser ratificadas no Rio. Esses documentos, segundo Lyrio, comporão uma declaração conjunta, ainda em negociação, que busca uma “linguagem consensual” sobre temas controversos, como os conflitos na Ucrânia e Oriente Médio.
Outro ponto de debate é a inclusão das mulheres em várias esferas da sociedade, questão que encontrou resistência de governos de extrema-direita, como o da Argentina. O presidente Javier Milei já confirmou presença na cúpula.