Mundo

Brasil e OEA defendem eleições para solucionar crise na Venezuela

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Aloysio Nunes, disse que é preciso insistir no calendário eleitoral e na liberação dos presos políticos

Nunes e Almagro: para os representantes, eleições são a única saída para a crise institucional enfrentada pelo país sul-americano (Ueslei Marcelino/Reuters)

Nunes e Almagro: para os representantes, eleições são a única saída para a crise institucional enfrentada pelo país sul-americano (Ueslei Marcelino/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 10 de abril de 2017 às 13h32.

Última atualização em 10 de abril de 2017 às 14h26.

Brasília - A Venezuela precisa de um governo legítimo, o que só acontecerá com novas eleições, afirmou nesta segunda-feira o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, depois de um encontro com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Aloysio Nunes Ferreira.

"Praticamente cada artigo da carta democrática interamericana foi afetado pela situação na Venezuela e pelo manejo político do governo venezuelano", afirmou Almagro.

"É absolutamente fundamental que essa alteração de ordem constitucional da Venezuela seja revertida e o país, redemocratizado", acrescentou o secretário-geral da OEA, citando a existência de presos políticos, de uma crise humanitária, a falta de separação dos Poderes, e a repressão às manifestações, que classificou como "brutal", como exemplos da crise democrática porque passa o país.

"Essa redemocratização passa por devolver a decisão ao verdadeiro soberano, que é povo. Isso significa que a única saída para a crise institucional e política são as eleições com um cronograma eleitoral que permita ao soberanodecidir", continuou Almagro. "Por uma questão de establidade regional a Venezuela precisa de um governo legítimo, um governo que permita ao país ter novos recursos financeiros, novos apoios internacionais."

A Secretaria-Geral da OEA preparou, há pouco mais de um mês, um relatório sobre a situação política na Venezuela e apresentou à assembleia permanente. Logo depois, Almagro deu declarações afirmando que, se o governo de Nicolás Maduro não marcasse as eleições regionais, previstas para este ano, o país teria que ser suspenso da organização.

Há duas semanas, quando o Tribunal Supremo de Justiça venezuelano tomou para si os poderes da Assembleia Nacional, a OEA realizou uma assembleia de emergência em que foi aprovada uma declaração condenando a Venezuela por promover uma "alteração inconstitucional da ordem democrática".

Dias depois, a Corte venezuelana reverteu sua decisão, mas a OEA ainda negocia uma resolução mais forte sobre a Venezuela.

"Todas as opções permanecem abertas na OEA para tratar a questão venezuelana. Entre elas a avaliação coletiva da situação do país, como descreve a carta democrática da organização", disse o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes.

"A responsabilidade primária de deter essa deterioração na vida da população venezuelana cabe ao governo do país. É fundamental insistirmos na urgência da confirmação do calendário eleitoral, o respeito à prerrogativa da Assembleia e a liberação dos presos políticos."

Acompanhe tudo sobre:VenezuelaEleiçõesOEAAloysio Nunes

Mais de Mundo

Conversa entre Lula e Trump muda rumo da crise, mas cenário é imprevisível, dizem analistas

Meloni diz não se opor ao reconhecimento do Estado da Palestina, mas com condições

Macron diz que Trump só poderá ganhar Nobel da Paz se 'parar' guerra em Gaza

Trump quer reformular processo de vistos H-1B e atrair profissionais com maiores salários aos EUA