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Brasil é mercado estável para 2024 e pode se beneficiar de conflitos globais, diz Eurasia

Consultoria elogia ações do goverrno Lula, como aprovação da reforma tributária, mas aponta que este ano trará desafios ao governo

Bandeira do Brasil no Rio de Janeiro (Cesar Okada/Getty Images)

Bandeira do Brasil no Rio de Janeiro (Cesar Okada/Getty Images)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 8 de janeiro de 2024 às 14h30.

Última atualização em 8 de janeiro de 2024 às 14h42.

O Brasil vive um momento de estabilidade política e econômica, apesar de ainda ter muitos desafios a resolver, e pode ter benefícios econômicos por conta dos dois principais conflitos globais, a crise no Oriente Médio entre Israel e Hamas a guerra na Ucrânia, aponta análise da consultoria Eurasia Group.

A Eurasia divulgou nesta segunda, 8, o estudo Top Risks 2024. O material aponta que o segundo ano de governo de Lula deverá ser mais desafiador que o primeiro, especialmente pelo risco de esfriamento da economia e pela dificuldade para cumprir a meta de déficit fiscal zero.

Ao mesmo tempo, as ações do governo têm dado boas sinalizações ao mercado. A consultoria destaca que o país tem tido bons indicadores na economia, como novos recordes na bolsa e o dólar se estabilizando abaixo do patamar de cinco reais.

"Lula tem sido uma voz de estabilidade para o Brasil. Você precisa trabalhar para criar uma coalizão para aprovar coisas no Congresso, e ele tem estado disposto a fazer isso. Ele não tem sido um socialista radical. Tem se engajado em uma reforma econômica importante, como a tributária, que terá impacto importante no longo prazo para os brasileiros", disse Ian Bremer, presidente da Eurasia, em entrevista coletiva.

"O ano de 2024 será mais desafiador por causa de um ambiente econômico mais difícil e sua popularidade pode cair dos 50% para os 40%. Ele terá um momento duro ao enfrentar isso em vez de agir de modo populista. Mas, ao final, o Brasil para 2024 parece um mercado muito estável, um ambiente político muito estável, especialmente no contexto do que aconteceu há um ano", completou Bremmer, se referindo aos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023.

O estudo aponta que o Brasil está "relativamente bem posicionado" para enfrentar dois dos três principais riscos geopolíticos globais: o aumento da tensão no Oriente Médio e a guerra na Ucrânia. "Sendo um produtor de energia e alimentos, o Brasil pode colher benefícios de econômicos pelas disrupções causadas pelos dois riscos. O Brasil também pode lucrar de forma mais ampla pela diversificação de investimentos em um cenário de disputas geopolíticas globais", aponta o relatório.

Assiim, uma alta no preço do petróleo pode trazer mais divisas estrangeiras ao Brasil, por exemplo, já que o país tem aumentado sua produção, aponta a Eurasia.

Já entre os riscos ao país, o principal é a eleição nos Estados Unidos e o avanço da inteligência artificial. Em caso de vitória de Trump, empresas brasileiras poderão sofrer com novas barreiras e tarifas para exportar aos EUA, já que o ex-presidente deverá adotar uma linha ainda mais protecionista no comércio exterior se for eleito novamente. As eleições americanas serão em 5 de novembro.

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