Mundo

Oferecimento:

LOGOS_Lojas-Renner
Sem nome (500 x 300 px)
randoncorp
CBA_1c0d9a
HYDRO
GOV PARÁ
ALLOS
LOGO SITE AGROPALMA PRETO
epson

Brasil e Índia deveriam aumentar parcerias em etanol, diz enviado especial

Arunabha Ghosh , enviado especial do Sul da Ásia para a COP30, diz também que indianos podem ajudar brasileiros a avançarem em energia solar

Arunabha Ghosh, enviado especial do Sul da Ásia para a COP30 e CEO do Council on Energy, Environment and Water (CEEW) da Índia (Eduardo Frazão/Exame)

Arunabha Ghosh, enviado especial do Sul da Ásia para a COP30 e CEO do Council on Energy, Environment and Water (CEEW) da Índia (Eduardo Frazão/Exame)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 12 de novembro de 2025 às 15h35.

Belém - Brasil, a Índia e outros países do Sul da Ásia estão entre os maiores produtores de etanol e de energia solar no mundo. Isso cria condições para parcerias entre os dois países emergentes, aponta Arunabha Ghosh, enviado especial do Sul da Ásia para a COP30.

"A Índia construiu a quarta maior infraestrutura de energia limpa do mundo apenas nos últimos 10 anos, desde o Acordo de Paris. Além disso, no Nepal e no Butão, vemos exemplos de adaptação climática e estilos de vida sustentáveis surgindo. No Sri Lanka, estão buscando uma grande restauração de suas terras degradadas e uma resposta às mudanças climáticas. O Brasil e o Sul da Ásia podem cooperar em todas essas áreas", diz Ghosh, em entrevista à EXAME.

Especialista em clima, ele também é CEO do think tank Council on Energy, Environment and Water (CEEW), da Índia, e veio para a COP em Belém como enviado especial para o Sul da Ásia.

Ghosh cita possíveis cooperações em mais duas áreas: criar novas tecnologias em conjunto pelo setor privado e buscar formas de lidar com os riscos trazidos pela mudança do clima.

“O Brasil é uma superpotência em biocombustíveis. A Índia é uma superpotência em energia solar. Quais são as tecnologias de próxima geração que devemos desenvolver e criar em conjunto? Somos grandes economias, grandes mercados. Devemos incentivar nossos setores privados a investir e inovar”, diz.

“Temos muitas comunidades pobres e vulneráveis no Brasil e na Índia, impactadas pelas mudanças climáticas. Podem ser incêndios florestais no Brasil, ou calor elevado na Índia. Ambos os países possuem capacidades científicas e espaciais, incluindo satélites”, afirma.

“Precisamos unir essas capacidades científicas para focar na compreensão dos riscos em um nível hiperlocal, a fim de proteger vidas e reconstruir meios de subsistência, especialmente entre os mais vulneráveis”, disse.

Andamento das negociações

Para ele, os biocombustíveis precisam ter espaço central nos debates da COP.
“As negociações têm suas próprias agendas. Há a questão da adaptação e da implementação. Há um balanço global, a questão das perdas e danos, a questão da tecnologia e do financiamento. A questão dos biocombustíveis permeia tudo isso”, diz.

“Precisamos garantir que estas tecnologias críticas, sejam elas solares, baterias ou biocombustíveis, sejam governadas da forma mais responsável possível e que haja destaque onde a ação está a acontecer, em vez de apenas palavras”, afirma.

“Se não fazemos [a mudança nos combustíveis] de forma sustentável, a adaptação é afetada. O desenvolvimento tecnológico é um problema, assim como o seu financiamento, e a forma como as tecnologias terão seus riscos mitigados também é algo a ser discutido”, afirma.

Acompanhe tudo sobre:COP30EtanolÍndia

Mais de Mundo

COP30: Brasil e França lançarão iniciativa global contra fake news de clima

Sob pressão dos EUA, Venezuela organiza resistência nacional e 'guerrilha'

O Papa é pop: os filmes preferidos de Leão XIV

Israel reabre passagem no norte de Gaza para ajuda humanitária