O Brasil já conseguiu atingir cerca de 95% de sua meta referente à redução do desmatamento na Amazônia (Wilson Dias/AGÊNCIA BRASIL)
Da Redação
Publicado em 28 de novembro de 2012 às 15h14.
São Paulo - André Corrêa do Lago, chefe da delegação brasileira na COP18 de Mudanças Climáticas - que acontece em Doha, no Qatar, até 07/12 -, foi aplaudido na plenária da Conferência, nesta terça-feira (27), ao divulgar os dados do Ministério do Meio Ambiente do Brasil a respeito da queda do desmatamento na Amazônia Legal.
De acordo com a medição do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entre agosto de 2011 e julho de 2012, a prática ilegal na região caiu 27%, em comparação aos doze meses anteriores. E mais: além de diminuir, o índice de desmatamento configurou um recorde. Trata-se da menor taxa já registrada na história das medições da Amazônia Legal, que começaram a ser feitas há mais de 20 anos, em 1988. (Saiba mais em: Desmatamento na Amazônia Legal é menor já registrado)
“Estamos falando da redução da maior fonte de emissões que o Brasil tinha. O desmatamento respondia por mais de 60% da nossa liberação de CO2e”, afirmou Corrêa do Lago, durante seu pronunciamento.
O chefe da nossa delegação ainda aproveitou o bom resultado brasileiro para pedir mais ambição dos países desenvolvidos com relação à redução de suas emissões de gases causadores do efeito estufa. “Acredito que as nações desenvolvidas têm de ver que, se as em desenvolvimento podem trazer resultados, elas também podem fazer ainda mais do que estão fazendo agora. Nesse sentido, espero que essa notícia impacte nas negociações”, disse. E cutucou: “Os países em desenvolvimento estão fazendo tudo o que disseram que iam fazer nesta convenção. E os países desenvolvidos não estão entregando o que concordaram em fazer”.
O Brasil já conseguiu atingir cerca de 95% de sua meta referente à redução do desmatamento na Amazônia, assumida em 2009, durante a COP15 de Mudanças Climáticas. O país prometeu diminuir a prática no bioma em 80% até 2020, com base nos índices de 2005. Oito anos antes do fim do prazo, a redução já foi de 76,2%.