Eleições legislativas na Venezuela: Brasil e 15 países questionam legitimidade (Anadolu Agency / Colaborador/Getty Images)
Reuters
Publicado em 7 de dezembro de 2020 às 12h04.
Última atualização em 7 de dezembro de 2020 às 12h26.
As eleições parlamentares da Venezuela, realizadas neste domingo, carecem de legalidade e legitimidade e aconteceram sem garantias mínimas de um processo democrático, afirmaram nesta segunda-feira, em nota, os governos do Brasil e de outros 15 países, originalmente organizados no chamado Grupo de Lima.
De acordo com o texto, assinado por Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, Guiana, Haiti, Honduras, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Santa Lúcia, as eleições venezuelanas não tiveram garantia "de liberdade, segurança e transparência" e aconteceram "sem integridade dos votos, participação de todas as forças políticas ou observação internacional".
"Exortamos a comunidade internacional a se unir na rejeição a essas eleições fraudulentas e a apoiar os esforços para a recuperação da democracia, do respeito pelos direitos humanos e do Estado de Direito na Venezuela", diz o texto.
O resultado da eleição parlamentar no país deu ao presidente Nicolás Maduro o retorno do controle sobre o Congresso venezuelano, perdido para a oposição em 2015. A aliança de Maduro venceu com 67,6% dos votos, mas apenas 31% dos eleitores foram às urnas.
A oposição comandou um boicote às eleições, chamando os venezuelanos para um consulta popular de 12 de dezembro para rejeitar os resultados do pleito e pedir uma mudança de governo.
Em sua conta no Twitter, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, afirmou que o resultado da eleição, com baixíssima participação, não reflete a vontade dos venezuelanos e foi uma "farsa eleitoral".
"O Brasil continuará trabalhando, com todos os parceiros que quiserem, pela redemocratização da Venezuela. Defenderemos a segurança, a dignidade humana e a liberdade na América Latina e em todo o mundo", afirmou.