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Brasil desmata o equivalente a uma Belo Monte por dia

De acordo com professor da Universidade de Brasília, uma média de 500 quilômetros quadrados são destruídos por dia na Amazônia

Extração de árvores para uso de madeireiras, na Floresta Amazônia (.)

Extração de árvores para uso de madeireiras, na Floresta Amazônia (.)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.

Brasília - O total de área a ser alagada pela Usina Hidrelétrica de Belo Monte corresponde a menos do que é desmatado em um dia na Amazônia, afirmou hoje (27) o professor da Faculdade de Tecnologia da Universidade de Brasília (UnB), Ivan de Toledo Camargo, durante debate sobre energias renováveis, no 27º Fórum Brasil-Europa, promovido pela UnB em parceria com instituições internacionais.

"Belo Monte equivale a menos do que é desmatado diariamente na Amazônia. Nos últimos anos, em média, todo dia são pelo menos 500 quilômetros quadrados a menos de florestas. É uma dimensão muito próxima ao que está previsto em termos de área a ser alagada por essa hidrelétrica, que garantirá boa parte da energia a ser consumida no país", disse o professor. Camargo integrou a Câmara de Gestão da Crise durante o racionamento de energia em 2001.

O engenheiro elétrico disse estar mais preocupado com os estragos que serão provocadas pelas pessoas que serão atraídas para a região por causa da usina.

Outro assunto abordado por ele foi o uso de energia solar proveniente de painéis pelo Brasil. "É um equívoco encher o país de painéis de energia solar. Esse tipo de energia só é indicado para as comunidades isoladas do país. Apenas discursos vazios e sem dados defendem isso", argumentou.

"Nem a energia solar nem a eólica são a solução para o Brasil. Primeiro por serem sazonais, ficando interrompidas em períodos do ano. Precisamos investir pesado nas eólicas, mas tendo em mente a necessidade de sistemas complementares, provavelmente à base de hidrelétricas e de biomassa", argumentou.

Ele sugere que se aproveite o bagaço de cana-de-açúcar nesses sistemas complementares. "Na Europa, a energia eólica é complementada por usinas térmicas. Temos, no Brasil, condições de usar o bagaço da cana, que atualmente tem apenas 10% de aproveitamento", acrescentou.

"O Brasil possui 9 milhões de hectares dedicados a plantações de cana-de-açúcar. Em 2020 serão 12 milhões. Ou seja: teremos ainda muita energia que poderá ser gerada a partir da biomassa", avalia o professor.

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