Cooperação espacial: Brasil terá agora acesso aos dados do Copernicus e igualmente compartilhará suas próprias informações com o bloco europeu (NASA/AFP)
EFE
Publicado em 8 de março de 2018 às 18h30.
São Paulo - A Comissão Europeia assinou nesta quinta-feira em São Paulo acordos de cooperação espacial com Brasil, Chile e Colômbia que permitirão a troca de dados em matéria de observação e vigilância terrestre dentro do programa Copernicus.
"É importante porque com este acordo asseguramos um acesso rápido aos dados do programa Copernicus a todos os usuários, que nos darão também um retorno sobre o que encontraram", disse à Agência Efe Philippe Brunet, diretor de Política Espacial e Defesa da Comissão.
O programa Copernicus é uma iniciativa liderada pela Comissão Europeia, em colaboração com a Agência Espacial Europeia, que serve para proporcionar informação em tempo real com o objetivo de melhorar a gestão ambiental, compreender os fenômenos naturais e diminuir os efeitos climáticos.
Para isso, utiliza o grupo de satélites Sentinel, estações terrestres e sensores instalados em diferentes pontos da superfície do planeta.
O Brasil terá agora acesso aos dados do Copernicus e igualmente compartilhará suas próprias informações com o bloco europeu para fortalecer a cooperação nessa matéria.
"Tudo o que tem a ver com alterações climáticas, com desastres naturais, mudanças nos mares, a partir de agora será mais fácil monitorar, o que permitirá às autoridades de Brasil, Chile e Colômbia encontrar respostas para impulsionar políticas publicas mais eficientes", afirmou o embaixador da União Europeia (UE) no Brasil, João Gomes Cravinho.
Neste sentido, o diretor do Instituto de Hidrologia, Meteorologia e Estudos Ambientais da Colômbia (Ideam), Omar Franco, declarou à Efe que os acordos ajudarão o país a "tomar decisões acertadas e baseadas em dados de qualidade".
"É uma oportunidade que, sem sombra de dúvidas, representa uma mudança na forma de fazer gestão dos recursos naturais na Colômbia", acrescentou.
Por sua parte, o vice-ministro de Telecomunicações do Chile, Rodrigo Ramírez Pino, disse à Efe que o acordo "é uma mudança de paradigma" porque "democratiza os dados, tanto para o cientista que está no melhor laboratório como para o camponês porque vai poder ver, através de um aplicativo, os tempos de colheita".