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Brasil acompanha crise no Egito e defende diálogo permanente

As autoridades brasileiras acreditam que haverá um acordo pacífico para cessar as manifestações no país

Partidários do presidente egípcio, Mohamed Mursi, e membros dos Irmandade Muçulmana participam de comício na praça no Cairo (REUTERS / Amr Abdallah Dalsh)

Partidários do presidente egípcio, Mohamed Mursi, e membros dos Irmandade Muçulmana participam de comício na praça no Cairo (REUTERS / Amr Abdallah Dalsh)

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Da Redação

Publicado em 10 de dezembro de 2012 às 06h20.

Brasília – A tensão no Egito e os protestos, que se tornaram diários, contra o presidente Mouhamed Mursi são acompanhados atentamente pelo governo do Brasil.

As autoridades brasileiras defendem a busca pelo diálogo permanente com Mursi e acreditam que haverá um acordo pacífico para cessar as manifestações.

O clima de apreensão no Egito ocorre desde fevereiro de 2011, quando o então presidente Hosni Mubarak foi pressionado a renunciar e uma Junta Militar assumiu o poder.

No Brasil, diplomatas especializados em Oriente Médio acompanham os desdobramentos dos acontecimentos no Egito. No começo deste mês, o novo embaixador do Egito no Brasil, Hossameldin Mohamed Ibrahim Zaki, esteve no Ministério das Relações Exteriores.

Nas reuniões, o embaixador disse que Mursi quer conhecer o Brasil e conversar com a presidenta Dilma Rousseff, pois admira o modelo brasileiro que busca a inclusão social e o combate à pobreza.

Na semana passada, o embaixador egípcio esteve com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, quando elogiou a atuação da Suprema Corte brasileira e seu empenho em defesa da democracia, do Estado de direito e da separação entre religião e Estado. Atualmente, no Egito, há uma pressão de setores do governo para ampliar a força dos religiosos no poder.


Para diplomatas brasileiros, a crise no Egito deverá ser controlada por Mursi, que é considerado um político habilidoso. Segundo eles, a crise é causada por uma série de divergências internas, principalmente entre o Executivo e o Judiciário. A Liga Árabe (formada por 22 países) também acompanha o assunto e evita interferências.

A onda mais recente de protesto foi deflagrada pela reação ao decreto presidencial que aumenta os poderes de Mursi e reduz a força do Judiciário e do Legislativo. Ontem (9), as manifestações se intensificaram em decorrência de decisão do presidente de promover um referendo constitucional no próximo dia 15. Manifestantes criticam o texto da nova Constituição, argumentando que não representa os anseios do povo.

Os protestos são liderados pela Frente de Salvação Nacional, principal grupo de oposição ao governo. A decisão de intensificar os protestos foi tomada logo após Mursi anunciar o fim do decreto presidencial que lhe garantia amplos poderes e impedia contestações. Porém, novo decreto publicado nesse domingo define que o Exército reforce a segurança às instituições públicas até o anúncio do resultado do referendo.

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